quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ela ainda não sabe...

Ela ainda não sabia o que estava acontecendo dentro de si. E talvez nunca, saiba, embora tenha a consciência que uma força maior afastou-se de sua existência... quem sabe para sempre, ou quem sabe por algum período ainda desconhecido. Algo mudou, e ela podia notar pelos traços de suas palavras; pelas histórias que tão redondamente rabiscava em papéis. E sentia-se só e triste; embora seus dias tivessem o burburinho peculiar das multidões e afazeres, e suas noites fossem recheadas de prazer e vida... alguma coisa havia modificado em seu interior. Mas o quê poderia tê-la levado a esse ponto? Ninguém sabe... e talvez ela mesma não conheça a dimensão desse vazio gritando em seu peito. Raras doses luminosas transbordavam seu pequeno cálice, e num respirar, ela se olvidava da sensação de ter em mãos, seu presente divino. Talvez ela tenha se acostumado com a nostalgia, porque tinha por companheira a saudade. Saudade de tudo que foi, e saudade de tudo que poderia ter vivido.

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