segunda-feira, 30 de abril de 2012

E assim, foi


Então, esta sou eu... disse a velha minutos antes de fenecer diante do espelho que a traduziu por toda sua vida. Ela deixara um rastro de sofismas cavilosos pregados nas paredes, ela que suicidara tantos preceitos, agora jazia em seu leito, que outrora fora tantas vezes, seu mar e seu porto. Ela cansara de tentar entender, e ajoelhou-se diante do fato de nunca ter entendido o porquê de tantas perguntas dentro de si... uma mulher tão pequena e tão frágil, que por toda sua vida tentou ser querida, tentou ser, nunca realmente, foi. Talvez alguns dias antes, havia perdido seu tempo, mas agora, quem sabe, tivesse toda a eternidade para colecionar as respostas que tanto lhe afligiam. Pobre velha, pobre vida, pobre mulher. Deixou-se levar por ilusões, deixou-se ir, por si só, e assim, foi.

sábado, 28 de abril de 2012

A vida é para Adultos

Depois de uma certa idade, descobri que vivência, traz experiências... e que experiências trazem, em seu conceito, sabedoria e a sabedoria, na essência, é sapiência, que nos presenteia com uma certa dose de paciência (rss)... e mais que tudo, uma tonelada de malandragem pra driblar as armadilhas da vida. Sim, a vida é cheia de armadilhas, a vida é muito boa enquanto a comida vem no prato, quentinha, pronta pra ser digerida, após alguns anos tendo-a no peito da mãe, na mamadeira e nas papinhas que nos chegam à boca, através de aviõezinhos imaginários... Nessa fase, sim, eu digo que a vida "pode" ser cor-de-rosa, ou da cor que cada um assim preferir. Mas vida, vida mesmo, aquela em que ninguém mais nos coloca na frente uns quebra-molas, ah, essa vida de verdade não é pra qualquer um... essa vida de verdade, só serve para adultos! Só gente grande sabe brincar na roda da vida! A vida é para adultos, a vida é à vera, a vida é para os 'fodas' de corpo e alma... nesse sentido, a vida é para os fortes, é para aqueles que estagiaram tomando caixotes nas esquinas da vida. Vi um grafiteiro escrevendo num viaduto, pendurado apenas pela vontade de expressar um recado, um presságio, um aviso aos desavisados: "Não merece o doce, quem nunca provou do amargo". Tá certo, amigo! O que será que já não provastes desta vida? E volto eu a pensar sobre a minha trajetória na vida adulta... como já bebi espuminha de onda, como já comi doce de jiló, como já aprendi, às custas de muita dor, a engolir uma refeição de sapos ensopados! Até que chega uma fase, onde somos aceitos no clube, quando passamos a fazer parte do seleto comitê de direção... e então nos tornamos finórios, astutos, viramos mestres na arte de dar um olé a cada armadilha. Se nos fazem de bobos, foi porque deixamos... aprendemos então, que com a vida não se brinca e que não podemos bater de frente com o poder tão intenso. A sagacidade entra e se instala, aí então, estamos preparados para a grande arte que é viver. Nos tornamos veteranos e graduados, somos o resquício que sobrou na grande turma. Nisso, a vida vira uma briga de cachorro grande! E é aí que se torna um espetáculo! Blefes muito bem pensados... perde-se viço, mas ganha-se expediente, o que vemos, não é bem a realidade absoluta, e cada passo, é milimetricamente calculado. Quem não aprendeu, não chega até aqui... e embora estejamos num patamar elevado, a cada manhã surgem testes e ser superados. Ela é assim, é uma roda, gira e nunca pára... quem pára, é quem não aguenta mais segurar nas grades e deixou-se vencer pela vida... e no fim, sabemos que ela sempre ganha...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Andreia Sieczko - 1994

Marta Sanchez - Desesperada

Amistades Peligrosas - Me Haces Tanto Bien

A Capacidade de se encontrar by Martha Medeiros

Muita gente diz que adora viajar, mas depois que volta só recorda das coisas que deram errado. Sendo viajar um convite ao imprevisto, lógico que algumas coisas darão errado, faz parte do pacote. Desde coisas ingratas, como a perda de uma conexão ou ter a mala extraviada, até xaropices menos relevantes, como ficar na última fila da plateia do musical ou um garçom mal-humorado não entender o seu pedido. Ainda assim, abra bem os olhos e veja onde você está: em Fernando de Noronha, em Paris, em Honolulu, em Mykonos. Poderia ser pior, não poderia?
Outro dia uma amiga que já deu a volta ao mundo uma dezena de vezes comentou que lamentava ver alguns viajantes tão blasés diante de situações que costumam maravilhar a todos. São os que fazem um safári na Namíbia e estão mais preocupados com os mosquitos do que em admirar a paisagem, ou que estão à beira do mar numa praia da Tailândia e não se conformam de ter esquecido no hotel a nécessaire com os medicamentos, ou que não saboreiam um prato espetacular porque estão ocupados calculando quanto terão que deixar de gorjeta. Não saboreiam nada, aliás. Estão diante das geleiras da Patagônia e não refletem sobre a imponência da natureza, estão sentados num café em Milão e não percebem a elegância dos transeuntes, entram numa gôndola em Veneza e passam o trajeto brigando contra a máquina fotográfica que emperrou, visitam Ouro Preto e não se emocionam com o tesouro da arquitetura barroca – mas se queixam das ladeiras, claro.
Vão à Provence e torcem o nariz para o cheiro dos queijos, olham para o céu estrelado do Atacama sofrendo com o excesso de silêncio, vão para Trancoso e reclamam de não ter onde usar salto alto, vão para a India sem informação alguma e aí estranham o gosto esquisito daquele hamburger: ué, não é carne de vaca, bem? Aliás, viajar sem estar minimamente informado sobre o destino escolhido é bem parecido com não ir.
Estão assistindo a um show de música no Central Park, mas não tiram o olho do Ipad. Vão ao Rio, mas têm medo de ir à Lapa. Estão em Buenos Aires, mas nem pensar em prestigiar o tango – “programa de velho!” São os que olham tudo de cima, julgando, depreciando, como se o fato de se entregar ao local visitado fosse uma espécie de servilismo – típico daqueles que têm vergonha de serem turistas.
É muito bacana passar um longo tempo numa cidade estrangeira e adquirir hábitos comuns aos nativos para se sentir mais próximo da cultura local, mas quem pode fazer essas imersões com frequência? Na maior parte das vezes, somos turistas mesmo: estamos com um pé lá e outro cá. Então, estando lá, que nos rendamos ao inesperado, ao sublime, ao belo. Nada adianta levar o corpo pra passear se a alma não sai de casa.
Gente, conheço um monte de gente assim... inclusive amigos, dá pra acreditar??? Por outro lado, tenho um par ou 2 de amigos, que nem levam máquina fotográfica... dizem que não vão levar as fotos pro caixão, mas vão levar as paisagens e os prazeres para o infinito... enfim, cada cabeça, uma sentença e nesse mundo, já descobri que não existe certo ou errado, apenas maneiras diferentes de ver a vida... de qualquer maneira, o texto da Martha é ótimo e merece ser compartilhado...

Salve, Jorge, Salve!!!

A cada ano que passa, minha devoção e fé, aumentam...
Obrigada por sua proteção, por sua armadura frente a meu corpo, sua força a derrubar as energias que insistem em me atingir, mas que você, santo guerreiro, pai Ogum, insiste em fazê-los desistir, para o bem de todos, Graças a Deus!
E que assim o seja, Salve, Jorge!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ainda tenho muito de você...

Muito ficou além da saudade que habita meu peito. Ainda tem muito de você percorrendo meu corpo... e caminha sobre minha pele a sensação das tuas mãos enquanto teu gosto revigora em minha boca, o sabor dos beijos mais profundos. Trago as mais belas promessas, tão bem guardadas em minha mente. E teu cheiro... teu cheiro transborda meus poros... ainda escorre em meus cabelos e molha meus sonhos com uma realidade escondida, de quem ainda ama... de quem sempre vai amar...

terça-feira, 17 de abril de 2012

Do Direito e do Amor

A condição do "ser amor" ou "ter amor", pode ter vários elementos acidentais, e sua eficácia pode ser suspensiva ou resolutiva, e ainda há uma condição potestativa, que vem a ser um evento futuro e incerto, que não depende de ninguém... nem de mim, nem de você. Para o amor acontecer, é preciso que as partes tenham liberdade, igualdade e vontade, que no Direito chamamos de "pacta sunt servanda". E faz-se mister, dentro do princípio da razoabilidade, que tenhamos o "rebus sic stantibus". Trata-se de um contrato paritário, entre 2 pessoas, com natureza jurídica ou será física (?), exclusiva do amor. Rebus sic stantibus é fundamental para cumprir este pacto...
Assim é o amor! É simples e o Direito também o estabelece. O amor é uma estrada de mão dupla. Não é possível realizar o amor de amar... entre homem e mulher, sozinho. É imprescindível a eqüidade! É o norte, a direção. A jurisprudência prova com precisão e razão... é o reforço contextualizado, de um sentimento tão abstrato. A função social do contrato de amor, é assim. Sempre foi, sempre será. Tá na Lei maior, a carta magna, nossa Constituição Federal: Art 170, 3 CF => Função Social, que busca e assegura os preceitos de amar... Estado Democrático de Direito, diz que o amor é possível, me permite amar e amar quem eu amo, se me ama! Encontrei no Direito, o que procuro na filosofia, na antropologia, e até mesmo na matemática, eu consigo encontrar o amor, e nada me impedirá de dizer o que é o amor pra você. Demandas sociais, políticas, interesses sociais... nada, nada me fará parar. Pacta sunt servanda... os amores devem ser vividos, os acordos devem ser cumpridos. É a praxis... o código sentimental, lembra? Eu te amo, você me ama. Essa sentença é a lei. Intuito personae. Ato solene e minha boa-fé faz com que eu acreditasse em seu amor, em suas palavras e promessas. Isso me dá o direito de exigir, de lhe trazer, lhe chamar ao processo. É pedir danos por todo o sofrimento, que será pra sempre, irreparável. Por isso mesmo, impagável dentro da minha dor. Eu sangro... A teoria da imprevisão não contava com o tamanho da minha dor.
PS.: ui... que aula mais louca, acho que tô precisando dormir mais e estudar menos...o:) .

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Tao Te Ching

"Domina-se o mundo deixando as coisas seguirem seu curso.
E não interferindo."
Tao Te Ching

domingo, 15 de abril de 2012

Sobre o Medo de ter Medo

O medo até pode te paralizar... mas a vida não deixará de seguir seu curso.
Então, pra quê o medo?
Pra quê incentivar o medo de ter medo?
Tudo neste mundo tem sua razão de ser... e nada que você faça, poderá mudar o rumo do que já foi escrito. O melhor, é manter os pensamentos elevados, e conduzir sua fé à um poder inabalável. Todos nós passamos por momentos semelhantes, seja por um motivo ou por outro, mas todo ser vivente, com capacidade e consciência, exprimenta o sentimento do medo, em alguma fase da vida. O que precisamos ter em mente, além de uma inteligência emocional sobrevivente, é ter uma visão holística da própria vida e ter a certeza que apesar de uma madrugada escura e fria, o sol sempre nasce pra brilhar na manhã seguinte.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Niver Inara Barcellos - 2012

Aniversário da amiga Inara Barcellos
Quando a gente tem amigos, a gente tem gente que aquece o coração... a gente tem gente que preenche nossa vida de vida. Amigas são assim... são amigas de anos e anos... gente que viveu um pedaço de vida com a gente. Amigas são aquelas que um dia, emprestaram um ombro amigo, compartilharam momentos, dividiram sonhos, risos e lágrimas. Amigas são simplesmente amigas!!! São aquelas que na hora do "aperto", largam um pedaço da própria vida pra vir dar uma olhada na gente.
Amigas, sempre amigas!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O Último pôr do sol - Lenine

O Último Pôr-do-sol
Lenine
A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi pensando nós dois.
Eu lembro a concha em seu ouvido,
Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz lembrando nós dois
Os edifícios abandonados,
As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas
Pois no dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o sol morreu

terça-feira, 3 de abril de 2012

Buscando tua ausência

Busco em tua ausência, os caminhos por onde te afastastes... o erro que te incomodou, o lugar onde a paixão de perdeu.
Memorizo, a cada instante, todos os segundos que se passaram, as risadas divididas entre o teu sorriso e o meu; e as canções que pra mim cantastes, os passeios longínquos pela casa... e as noites que fizemos virar dia.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Atravessando desertos


Senhor,
Não permita que meu desespero seja maior que a minha fé.

Acalma meu pranto!

Livra-me das armadilhas da carne e extingue o desejo que cega minha dignidade.

Não deixes que eu seja o consolo do perdedor, mas faz dos meus passos um caminho firme, e do tempo, um amigo... um aliado a revelar meu destino.

Se eu não puder saber todas as respostas, abranda meu espírito inquiridor, e mais que nunca, Senhor, mantenha-me íntegra e justa, principalmente perante a mim mesma, até o momento que a certeza cruzar a minha estrada.

Eu imploro, Senhor, forças pra suportar minhas angústias e resignação para consumir o sal que há nesta vida.

Senhor, suplico auxílio, porque sozinha, eu não posso... temo não conseguir atravessar o meu deserto... meu particular e intransferível deserto.