quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tempo, tempo...


Me assusta a missão do tempo, que dando tempo ao tempo, pudesse o mundo mudar.

E no tempo contemplo que todo tempo, não foi suficiente para o tempo acabar.

E sigo te amando, mesmo após tanto tempo, contradizendo o tempo, que dizia que era impossível pra sempre te amar.

E esse tempo perdeu-se no tempo, mas lembrado ficará, como o tempo mais intenso, que esse tempo poderia ficar.
E os poucos dias vividos, somente entre nós vai reinar, gravados pra sempre na alma... Nem mesmo o tempo, pode com esse amor acabar.


terça-feira, 29 de junho de 2010

Amor meu


Amor meu,
Que tão seu meus sentimentos inócuos
Vagueiam por entre as gentes...
Tanta ânsia vertente, em seus braços, agora tão vazios.
Uma gota no ar, flutuante, minha lágrima de prisma inocente.
Passeia em meu rosto cálido, buscando em si, seu sorriso.
Busco em mim, o ar que tu respiras...
E meu peito se abre na esperança de um novo dia.

Onde começa você - Capital Inicial

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Baitola!!!!!

Muito estrelinha o técnico do Chile, hehehehe...
Adorei os faniquitos e os pulinhos dele, ha, ha, ha, ha!!!

domingo, 27 de junho de 2010

Canteiros

Composição: Fagner / sobre poema de Cecília Meireles

Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Sendo claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração
.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fogo


O calor que queima meu corpo é o mesmo que deixastes nos rastros do lençol que, embebido em prazer, fez-se nosso manto. O fogo que mantém meu peito em chamas é o mesmo que te faz acordar na madrugada fria chamando meu nome. A brasa ardente, indecente, incandescente viva pulsa latente em nossos corações, abrasando o sentimento que faz a vida ter todo sentido. E essa luz que vem do fogo, jamais se apagará.

terça-feira, 22 de junho de 2010

A Vaquinha no Precipício

Um sábio passeava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre e resolveu fazer uma breve visita.

Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.

Chegando ao sítio constatou a pobreza do lugar. A casa era de madeira, faltava calçamento e os moradores, um casal e três filhos, trajavam roupas rasgadas e sujas.

Ele se aproximou do pai daquela família e lhe perguntou:

“Neste lugar não há sinais de pontos de comércio e de trabalho. Então, como o senhor e a sua família sobrevivem aqui?”

O senhor calmamente lhe respondeu:

"Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos e com a outra parte nós produzimos queijo, coalhada e outros produtos para nosso consumo. Assim, vamos sobrevivendo".

O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por alguns momentos, despediu-se e partiu. No meio do caminho, voltou ao seu fiel discípulo e ordenou:

“Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali na frente e a empurre, jogando-a lá embaixo".

O jovem arregalou os olhos espantando e questionou o mestre sobre o fato de a vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família. Mas, como percebeu o silêncio absoluto do seu mestre, foi cumprir a ordem. Assim, empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer.

Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos e um belo dia ele resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar naquele mesmo lugar e contar tudo àquela família, pedir perdão e ajudá-los.

Assim fez e quando se aproximava do local avistou um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou triste e desesperado imaginando que aquela pobre família tivera que vender o sítio para sobreviver.

Chegando no local, foi recebido por um caseiro muito simpático e perguntou sobre a família que ali morava há uns quatro anos, ao que o caseiro respondeu:

“Continuam morando aqui”.

Espantado, ao encontrar os familiares, viu que se tratava das mesmas pessoas que visitara com o mestre. Elogiou o local e perguntou ao dono:

“Como o senhor melhorou este sítio e está tão bem de vida?”

E o senhor entusiasmado lhe respondeu:

“Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daquele dia em diante tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos. Assim, alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora”.


Autor Desconhecido

domingo, 20 de junho de 2010

Clarice Lispector I



"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas...
continuarei a escrever."
Clarice Lispector

terça-feira, 15 de junho de 2010

Ar (sem acento!)


O ar que transborda meus pulmoes, cala o grito afogado em minha garganta. E minhas palpebras pesadas me levam ao sono do reencontro. Estreme'co em seu peito e me ato em seus pelos. Me entrego sem reservas, mergulho cachoeira abaixo, rolando com as pedras que caminham pro seu mar. Me aque'co em seu colo e me sinto protegida no meio do seu abra'co. A cor do seu beijo eh a paz que encontro quando abro os olhos e enxergo contigo nosso horizonte.

domingo, 13 de junho de 2010

continua sem acentos... depois eu conserto.

Tao seu, meu amor.
Que quase nao ha o que mensurar
Quase nao existe o eu e o voce
E tudo fica tao mesclado que nao tem como separar
As raizes estao trancadas
Que deves matar sua sede
Em minha nascente
E quando se afasta
Sua ausencia doi na carne
Porque o amor e um sentimento forte.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Eu nunca deixarei

Benditas sejam as palavras.
Palavras que me aproximam desse amor, palavras que conseguem exprimir a beleza deste sentimento e me faz viajar por entre mundos... Eu amo escrever o quanto te amo. É como desenhar em linhas todo meu amor por você. Eu passeio entre folhas de papel, entre um "Eu Te Amo" e outro, rabisco luas, estrelas, nuvens e arco-íris em nuances de grafites... E os corações? Isso sem falar nas centenas de corações desenhados, guardados em cadernos, às vezes molhados com lágrimas de amor, as vezes brincando entre frases, vírgulas e parágrafos. Ponho suas iniciais no topo da página, tentando o melhor ângulo pra ter seu nome perto de mim. E depois das minhas palavras escritas, eu amo as músicas que simbolizam nossos momentos, por isso, além de cantar pra você, eu as escrevo, para que cada letra ganhe cada dia mais o seu sentido. As músicas são palavras com vida e energia... por isso são tão importantes a quem se ama. E eu gosto de sentir o seu amor vibrando em meus ouvidos, o calor da melodia em meu peito e alimentando minha alma de sentimentos. Amo-te!
E nunca deixarei de escrever pra você.
E nunca deixarei de cantar pra você.
E nunca deixarei de amar você.
Pra sempre.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Alegria


Sua alegria é minha força e seu sorriso, a sedução que trazes escondido; completando meus sonhos e me trazendo à realidade. Misturando os sentidos, com as gargalhadas preenchendo vazios e transbordando o céu de rosas. Pétalas coloridas, uma pra cada dia... é assim que te espero.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sou sua


Eu sou sua mesmo quando a distância se faz presente em meus dias. Sou sua quando me enlaças em seus braços e teu abraço entorpece minha ansiedade obscura, tornando-me um frágil passarinho que não tem em si, o desejo de voar. Sou sua quando meus ouvidos reconhecem o timbre da voz que vem da sua alma. Sou sua quando recebo o brilho dos seus olhos irradiando os verdes meus. Sou sua quando sinto o cheiro da tua boca sussurrando meu nome no mesmo instante que engulo seu corpo banhado de paixão. Sou sua quando você se torna o responsável pelo tremer do meu corpo embaixo do seu. E para sempre serei sua, pois você me fez feliz num momento que nunca mais teve fim...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Quero-te!


Quero novamente tua voz em meus ouvidos e suas mãos deslizantes em minhas costas. Quero seus dentes mastigando minha pele e seus olhos me olhando nos olhos; quero senti-lo intensamente, aconchegando-se em meio as minhas pernas e num respirar profundo confessar o quanto me ama, enquanto oprime meus pulmões com o peso do seu corpo, que tão facilmente se encaixa ao meu... Dá-me o ar da tua boca, que com ele eu respiro o hálito que indecentemente me incendeia por dentro. Me devore com a vontade reprimida de seus dias cinzas e faça mais essa realidade virar o sonho que preenche minhas noites.

Frases IV

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Frases III

" O que for teu desejo, assim será tua vontade;
O que for tua vontade, assim será teus atos;
O que forem teus atos, assim será teu destino."

Deepak Chopra

domingo, 6 de junho de 2010

Rua do Lavradio

Rua do Lavradio, 106.
Ali começou minha vida.
Ali meus pais entraram casados, sob promessas de amor e chuvas de arroz em julho de 1970. Eu cheguei em 1972. À entrada da portaria, no piso, tinham minúsculas pastilhas, amareladas pelo tempo, encardidas, pé direito alto; o prédio construído, mais ou menos em 1898, foi precursor do estilo art decó, que só viria acontecer 2 décadas mais tarde. Tinha na entrada original grades retangulares e paredes talvez de um mármore meio rosa, meio verde, em direção ao bege bahia. Exisitam 3 elevadores; um deles, eu nunca vi funcionando. Dos outros dois, um era reformado, mas já velho, com placas de acrílico no teto e galalite nas paredes, branco gelo, quadradinho, muito barulhento. O elevador do meio, bem antigo, original, mas lento e silencioso, com a grade pantográfica manual, tem ainda uma cor escura, melancólica, o qual deve guardar muitos segredos. Lembro que em minha meninice, peralta que só, prendi o pé entre a porta pantográfica e o vão do elevador... Foi-se meu tênis bamba novinho da escola... mas foi só susto. Apesar de não ter meu cordão umbilical enterrado no poço dos elevadores, como dizia minha mãe em relação ao meu pai, que também nasceu ali, trago as melhores lembranças daquele prédio. Ontem eu sonhei com ele. Sonhei com ele e com os finados moradores que ainda conservo vivos em minha memória e coração. Num estado de semi inconsciência consciente, eu fui lembrando de cada morador, de cada apartamento. Hoje de manhã eu acordei e decidi que iria visitar aquela rua, aquele prédio. Rua do Lavradio. Me deu um aperto no peito, só isso foi o suficiente pra pegar o carro e ir até lá. Antes de meus pais casarem, meus avós e bisavós viviam ali. E depois de mim, meu irmão e primos. Nunca entrei na lixeira do prédio, nem na casinha da portaria, tinha medo. Lembro que era comprida, estreita, luz fraca, e tinha um cheiro quase asfixiante de gás, tinham medidores enormes, de cima embaixo, eu achava que dava choque, e dava mesmo, pois também havia ali os medidores e fusíveis de luz. A portaria, como disse, era grande, um caixote quadradão; no fim, a escada para o 1º segundo andar, sim, o segundo andar contava os apartamentos 101 ao 116, o terceiro andar, contava os apartamentos 201 ao 216 e o quarto andar, contava 301 ao 316... Os apartamentos eram todos duplex, muito chique para a época, as unidades da frente, contam com uma diminuta varandinha, acho que posso chamar de "guarda-corpo". No vão entre os blocos interligados tinham embaixo clarabóias gigantes, com ventilação e iluminação laterais, que davam para o Correio da Manhã ou como conhecido depois de um tempo, a Tribuna da Imprensa. Os corredores são largos, claros, compridos, com o chão em cerâmica vermelha. A escada interior do prédio, em caracol... Não sei que estilo é esse, mas é tão inusitado um tipo de escada dessas, e pra mim, tão natural.

Tem estudantes de arquitetura que visitam de vez em quando o prédio, pois a escada se sustenta quase que por si só. Os degraus, também são em cerâmica vermelha, antiga. Em duas ocasiões eu morei lá. Eu nasci no 316 e fiquei até uns 6, 7 anos e depois eu voltei com 13 ou 14 anos para o apt. 215 e saí da casa de minha mãe aos 18. Mas depois dessa idade, eu ainda frequentei o prédio, e muuuito. Meus tios viveram lá por muitos anos, e eu, claro, por osmose, também. Tia Armida, que morava no 210, veio para o nosso 215 e Tia Lamia, que morava no 205, trocou de apartamento com dona Maria, vindo ficar no nosso lado, no 214. Pude acompanhar muito de perto, o nascimento e crescimento dos meus primos e afilhados, Felipe e Priscila que vi, assim como eu mesma, engatinhar e dar os primeiros passos no corredor de chão vermelho.

Tio Fausto também morou ali, no 209, mas como era militar, viajou pelo Brasil todo; e Tio Alceu também morou, no 303. Ali, meus dois primos começaram a namorar... espíritos afins, que nasceram na mesma família, com o intuito de não se perderem um do outro. Eu acredito assim. Eu jogava bola e futebol de botão no chão do corredor da Lavradio... com meu irmão, primos e amigos do prédio. Nossos joelhos e pés viviam encardidos do vermelho velho da cera... De pequena, ficava sentada no patamar da escada caracol, no meu andar, olhando as pessoas se movimentando nas casinhas da vila ao lado. Será que elas me viam? Eu pensava que o mundo todo girava a partir daquele ponto...

Época de natal, dava pra ver a estrela da Mesbla, toda enfeitada na Cinelândia. Dava até pra ver as horas do relógio, só que de trás pra frente... ACM e a Catedral... Eu gostava dali. Final de semana, calmaria, sossego e bicicletas, patins, piques, futebol, vôlei... De segunda à sexta, turbilhão das grandes cidades, carros, pessoas... Av. Chile, prédio da Petrobrás....

Minha escola pública, na mesma rua, Celestino da Silva... Silvio Santos estudou lá, muitos anos antes, é claro! Eu ia pro trabalho a pé... Eu e todos que moravam lá e trabalhavam em qualquer lugar do centro da cidade. Era bom. Todo mundo podia almoçar em casa. Eu ia pra IBM à pé. Era muito bom!!! Quantas vezes eu subia e descia aquelas escadas quando o elevador quebrava. Eu fui feliz ali. Em dia de festa, o corredor virava play, uma extensão do apartamento, já que em regra, todas as famílias se conheciam, e deixavam a porta aberta. Éramos uma grande família. A maioria conhecia meu pai desde pequeno e portanto, todos eram meus tios, além dos tios de verdade. Era bom! Então, hoje eu voltei lá, depois de tantos anos. Ruth, a moradora mais antiga, ainda está lá! Mudou-se em 1938 para o apartamento de uma atriz de teatro que tinha ido para a Espanha, chamada Graça Moema, amiga da família Bittencourt, donos do jornal Correio da Manhã. Ruth conserva a memória viva de cada personagem do prédio. Ela conheceu meu Bisavô Adelino, que trabalhava no fotolito do jornal; minha bisavó Rosária Fiori, que era decoradora; meu avô Milton dos Santos, que era repórter fotográfico do jornal, que cobriu vários episódios históricos no Rio e depois foi para o jornalismo esportivo, podendo ser visto fotografando jogos de futebol no Maracanã, atrás do gol, no Canal 100. A Ruth viu meu pai nascer, assim como presenciou meu nascimento, do meu irmão e primos. O prédio da Rua do Lavradio 106 foi construído para acomodar os funcionários do jornal, por isso, meu bisavô morava lá... Então, eu acordei com esse saudosismo nostálgico que se instala no coração dos românticos, mas essa melancólica sensação infelizmente me mostra que aquela época não existe mais. Fui ao prédio... Dimas, o antigo porteiro, está de férias. Um outro me interpelou... hããã? Pra onde eu vou? Fala sério, nasci aqui... e subi as escadas na esperança de me ver criança, correndo com os meus, pelos corredores compridos... Tinha a esperança de ouvir o barulho dos meus pés descalços, estalando contra aquele chão vermelho. Os gritos e as risadas do Waltinho, Rodrigo e Bruno, correndo de medo quando a bola batia na porta da dona Marocas... Nada. Não havia nada, além de vazios e saudades... Que mania estranha, tentar reviver o que já passou. Mas foi bom. Eu precisava ir. Precisava caminhar onde eu dei meus primeiros passos em direção à vida. Foi bom abraçar a Ruth e ouvir dela histórias que eu não conhecia. Faz bem rever nossa origem. Amei. Eu já acompanhei pessoas em busca de um pouco de seu passado e vivi tais momentos como se fosse comigo, como se eu tivesse feito parte da história de outrem... imagina a minha própria? Foi bom abraçar o Jules. O resgate é proveitoso; faz parte do nosso auto-conhecimento. Foi bom. Mas foi uma pena ver o prédio tão abandonado. Passei por todos os andares, todos os corredores, passei na casa da Ivana, da Iracema, da Dinda, da Helena e do Totonho... e uma cachoeira de lembranças infindáveis passou em minha cabeça, com toda velocidade. O prédio está praticamente vazio, apenas 3 famílias que eu conheço desde pequena vivem lá. Logo agora que a Rua do Lavradio foi recuperada. Eu nunca poderia imaginar que um dia a Lavradio pudesse virar point da noite carioca, ou que virasse pólo cultural de boêmios, artistas, turistas... Tem hoje 26 bares/restaurantes, feiras de antigüidades, antiquários famosos, clubes de leitura e rodas de samba e chorinho. Que pena que o Correio da Manhã / Tribuna da Imprensa não tem mais a importância que teve nos anos 50.

O Correio da Manhã protagonizou verdadeiros embates na época da ditadura militar. O Correio da Manhã era um jornal que pregava a liberdade e combatia a corrupção e a censura. Derrubou João Goulart, e outros, era como uma pedra no sapato dos militares. O jornal sofreu muitas represálias e após o atentado que culminou o AI-5, os donos, da família Bittencourt foram presos e asilados. O jornal foi opositor e marcante, de 1901 à 1974, quando infelizmente fechou suas portas. O prédio foi separado do jornal. Eu tinha 2 anos, mas ainda lembro das bobinas de papel e das fotos que meu avô fazia. A Rua do Lavradio foi um marco na história político-social do Rio de Janeiro. Ali, Conde D'Eu construiu a loja maçônica Grande Oriente do Brasil, bem em frente ao prédio e na rua existiram 6 grandes teatros da época. A escola Celestino da Silva foi, anteriormente um teatro, Apollo, até a década de 20. Ali viveram grandes nomes, como Marquês de Cantagalo, Marquês de Olinda, João Caetano, André Rebouças, Vieira Souto, entre outros... mas sabe de uma coisa? Mais do que esses personagens que viveram parte de suas vidas naquela rua, eu nasci ali!

sábado, 5 de junho de 2010

O poder da retórica

Hoje à tarde, fui ao cinema ver Fúria de Titãns, com Mari, as crianças e Fabi. Nos econtramos no Nova América no início da tarde e fomos diretamente comprar os 5 ingressos para a próxima sessão em 3D, que aconteceria em 2 horas. Passeamos, compramos pipoca e eis que na hora de entrar pra ver o filme, a moça da bilheteria nos vendeu o filme errado... Marmaduke ou algo assim... sei lá, mas não era Fúria de Titans... Como os ingressos estavam com a Mari, e eu estava com as mãos lotadas de pipocas, deixei por conta dela o estresse na bilheteria. O tempo estava passando, o filme começando e as meninas doidas, querendo ver o tal filme... Mari é bem alta, e como estava de costas, ficou lá batendo boca... Quando precisou de ajuda, falou: Andréia, não estou conseguindo me entender aqui... dá uma ajuda? As mulheres que estavam falando com ela, não estavam sendo razoáveis... pois bem, chegamos cedo, compramos os ingressos, estávamos com 2 meninas pequenas, não era justo não ver o filme, visto que a culpa não fora nossa! E em contrapartida, diziam que era vetado entrar na sessão com o filme já começando, e ainda, não havia poltronas disponíveis para nós 5. Pedimos para sentar no chão... não deixaram... Pedi então pra ver o tal do Marmanduke, mas também queria nosso dinheiro de volta... também não deixaram... Barraqueira que sou, junto com Mari, sabe como é, né? tive que colocar todo meu poder de persuasão, dialética e impressionante retórica estudada anos a fio em ação... Acabou que conseguimos entrar, sentar no chão e ainda ganhar mais 5 convites para qualquer outro filme, qualquer outro dia, nos próximos 30 dias... O nome da gerente do cinema, era Rosa... Enquanto subíamos a escada que dava pra entrada da sala, ela me confidenciou que eu parecia muito com uma moça que a convenceu deixar entrar, há um tempo atrás, já na metade de Avatar, uma tal moça com seu amigo, de tão persuasiva e insistente que a moça era... Incrível saber que tem gente assim como eu... Ah, ainda recebemos o dinheiro de volta, viu?

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Ao seu lado


Não estou distante, estou vivendo no meu mundo paralelo, aguardando os sinais que preciso para não errar o caminho... Não estou distante, estou pensando em tudo que devo realizar. No silêncio da noite, você pode me escutar, basta sentir meu coração pulsando, o correr dos rios vermelhos circulando meu corpo, me aquecendo do frio da madrugada. Deixe as janelas abertas, quero acordar com o som dos passarinhos e imaginar que ainda estou sonhando. Aninhe-se em minhas curvas e sinta... sinta que estou ao seu lado.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Frases II

Fazer o que está certo não é o problema; o problema é saber o que está certo.
(Lyndon Johnson)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ainda é cedo

Legião Urbana

Uma menina me ensinou
Quase tudo que eu sei
Era quase escravidão
Mas ela me tratava como um rei
Ela fazia muitos planos
Eu só queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu não tinha aonde ir
Mas, egoísta que eu sou,
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou
E não quis me separar
Ela também estava perdida
E por isso se agarrava a mim também
E eu me agarrava a ela
Porque eu não tinha mais ninguém
E eu dizia: - Ainda é cedo cedo, cedo, cedo, cedo.
Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei
Ela falou: - Você tem medo.
Aí eu disse: - Quem tem medo é você.
Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém
Ela me disse: - Eu não sei mais o que eusinto por você.
Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê

terça-feira, 1 de junho de 2010

Volta amanhã...


Um menino pequeno foi à escola. Era muito pequeno; tudo quanto sabia, o havia obtido com o leite que mamara de sua mãe. Seu mestre, que era Deus, colocou-o na classe mais elementar e lhe deu estas lições para aprender : “Tu não matarás. Tu não farás danos a nenhum ser vivente. Tu não roubarás." O homem não matou, mas foi cruel e roubou. No fim do dia, quando sua barba estava grisalha e quando chegou a noite, seu mestre, que era Deus, lhe disse : “Tu aprendeste a não matar, mas as outras lições não as aprendeste. Volta amanhã.”
No dia seguinte, voltou o menino pequeno. E seu mestre, que era Deus colocou-o numa classe um pouco mais adiantada e lhe deu estas lições para aprender : “Tu não farás dano algum a nenhum ser vivente. Tu não roubarás.” O homem não fez dano a nenhum ser vivente; mas roubou e mentiu. E, no fim do dia, quando sua barba estava grisalha – quando chegou a noite, seu mestre, que era Deus, lhe disse : “Tu aprendeste a ser clemente. Mas as outras lições não as aprendeste. Volta amanhã.”
Outra vez, no dia seguinte, voltou o menino pequeno. E seu mestre, que era Deus colocou-o numa classe um pouco mais elevada ainda, dando-lhe estas lições para aprender : “Tu não roubarás. Tu não enganarás. Tu não invejarás.” Assim, o homem não roubou; mas enganou e invejou. E, no fim do dia, quando sua barba estava grisalha – quando chegou a noite, seu mestre, que era Deus, lhe disse : “Tu aprendeste a não roubar. Mas as outras lições não as aprendeste. Volta amanhã, meu filho.”
fonte: Palestra Ramatis