sábado, 30 de janeiro de 2021

Hoje, 30 de janeiro de 2021 - Tio Guzzo voa para o céu

Hoje, dia 30 de janeiro de 2021, meu querido e amado tio Guzzo, foi chamado para o outro lado da vida.  Há muito tempo já era esperada essa partida, mas nem por isso, se tornou mais fácil... muito pelo contrário. Nós nunca estamos, e jamais estaremos preparados para a partida dos nossos entes queridos. A separação física dói na carne e na alma. Meu tiozinho, sempre foi o pai que não tive. Sempre presente, sempre pronto para ajudar, para acalmar, para dar um conselho ou bronca, mas sempre do nosso lado. Desde minha infância, passando pela adolescência rebelde, sempre acompanhando e mostrando seu amor por nós. Tio Guzzo cuidou de mim, do Waltinho, dos meus primos, Felipe e Priscila, além dos seus 2 filhos e mais a galerinha do prédio... as crianças sempre respeitaram demais tio Guzzo. Nos finais de semana, levava toda meninada do prédio da Lavradio, 106 para jogar bola no Aterro do Flamengo, ou então para pescar atrás do aeroporto, na baía da Guanabara, Urca... E depois, em Itaipuaçu, jogos de bola e pescarias na praia, sempre tão amoroso e amigo das pessoas. Vai me fazer muita, mas muita falta... Tio Guzzo é casado com a irmã da minha mãe, tia Armida, estavam juntos há mais de 50 anos. E foi um exemplo de marido, pai, tio, irmão, filho e amigo. Quando minha mãe se separou do meu pai, foi o primeiro a dar apoio. Dividiu a comida de seus filhos conosco, nunca fez distinção. Caráter ímpar, honesto, justo, temente à Deus, um exemplo de pai que todo mundo deveria ter. Passei muitos dias dos pais com tio Guzzo, porque meu pai, sequer aparecia. Tá doendo, doendo muito e vai doer pra sempre... mais um pedaço do meu coração que se partiu. A dor só fica um pouco amenizada, quando eu penso que ele está com  o Waltinho (que além de sobrinho era afilhado). Meu tio sofreu muito com o câncer do Waltinho. Ele ainda conseguia raciocinar e entender a gravidade da doença do Waltinho, e seus olhinhos se enchiam de lágrimas e perguntava-se porque tinha acontecido uma coisa tão horrível com o Waltinho. Tio Guzzo teve demência precoce, que depois foi diagnosticado com Alzheimer. Minha Nossa... como pode tio Guzzo, ainda tão jovem ter demência, Alzheimer??? Uma pessoa que lia jornal todos os dias, fazia palavras cruzadas, conversava sobre tudo, era o provedor da família, e de uma hora para a outra começou a esquecer-se das coisas, foi entrando para dentro de si. A diabetes acelerou o processo... era muito teimoso e não gostava de dieta... adorava dar uma fugidinha no bar e comer umas besteirinhas (quem não gosta?) amava macarrão (toda quinta e domingo era lei), alcachofras, hummmmm eu ia pra casa deles (tio e tia) e já sabia o que seria o cardápio de acordo com o dia da semana... grão de bico, pimentão recheado, bife à milanesa (e no lanche, milanesa com pão), sorvete... hummmm. Lembranças boas... até na época das vacas magras, sempre tivemos lugar na mesa e no coração do tio Guzzo. O arroz e feijão da tia Armida é imbatível. Cresci com essas memórias e com esse carinho. Já no final, tio Guzzo precisou amputar um pedaço do pé. Coisa mais triste de se ver. Mas ele já não estava mais por ali... cabeça vaga, não acompanhava mais a TV, os jornais, mas quando eu ia visitá-lo, ele sempre lembrava de mim, mesmo que demorasse um pouco. Tio Guzzo teve um anjo da guarda que cuidou dele, a Angélica, que parece um pouco comigo fisicamente, e ele às vezes a chamava de Andréia. Eu ia na casa deles, dava beijo e conversava com ele. Algumas vezes, ele estava bem, noutras, estava distante. Tio Guzzo partiu 15 dias depois de sua mãe, vó Rosa, italiana porreta que fazia umas comidas maravilhosas. A gente vai perdendo as pessoas, e acabamos perdendo um pouco de nós também... a idade e o amadurecimento me faz entender, cada dia mais porque os mais velhos, depois de uma idade já avançada, não quer mais viver - apenas vão perdendo a alegria e aquele brilho no olhar - porque já perdeu a muitos... e eles mesmos se perdem de si. Triste constatação a minha... Meu irmão e agora meu tio, minhas pessoas tão amadas, juntamente com outros familiares e amigos que se foram e deixaram um buraco enorme no meu coração. Acho que terapia nenhuma dessa vida é capaz de "consertar" esse buraco. Só mesmo a fé e a esperança de um futuro reencontro faz com que sigamos por aqui... o que me resta é isso: a presença e o amor de quem ainda está comigo, e a fé que também habita em mim e ainda aquece minha alma... Mas ainda assim, de vez em quando, aquelas perguntas insistem em bater na mesma tecla mental: Por que estamos aqui, por que nascemos? Qual nossa missão, por que? Qual o sentido disso tudo (vida-morte), por que sofremos? Por que ? Por que???
Essas perguntas, com certeza tem cada qual sua resposta, mas no momento, nesse plano, não temos condições de entendê-las... Mas sigo acreditando que tudo tem um porquê, e peço perdão a Deus pela minha insolência...

Te amo, meu tio!!!! OBRIGADA POR TUDO!!!!!!!!!
OBRIGADA POR TER FEITO O PAPEL DO PAI PRESENTE E AMOROSO QUE EU NUNCA TIVE! OBRIGADA POR TODO AMOR, PELAS HORAS DE CONVERSAS, PELOS EXEMPLOS, PELAS HISTÓRIAS QUE VIVEMOS! QUE DEUS TE RECEBA COM MUITA ALEGRIA. QUE O WALTINHO, SEU GAETANO, DONA ROSA E TODOS NOSSOS AMIGOS ESPIRITUAIS TE RECEBAM COM MUITO AMOR E CARINHO!!!! EU SÓ TENHO A AGRADECER... NÃO TENHO NENHUMA MEMÓRIA QUE NÃO SEJA BOA E POSITIVA COM O SENHOR. OBRIGADA MEU TIO!!!! O SENHOR ABRAÇOU PARA SI UMA RESPONSABILIDADE QUE NÃO LHE CABIA, MAS LITERALMENTE ABRAÇOU COM O CORAÇÃO E COM A ALMA, E FOI UM PAI PARA NOSSA FAMÍLIA INTEIRA. DEUS TE RECOMPENSE POR TUDO ISSO... TE AMO, TIO GUZZO!
A SEPARAÇÃO FÍSICA É RUIM DEMAIS... A SAUDADE VAI CORROENDO, VAI MACHUCANDO... E QUEM FICA AQUI PRECISA APRENDER COM ESSA FALTA. MAS UM DIA TODOS NÓS ESTAREMOS JUNTOS NOVAMENTE. SINTO DOR.... E JÁ UMA IMENSA SAUDADE. OBRIGADA!!!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Hoje, 26 de janeiro de 2021 - WS TERRÁRIOS E JARDINS

 Hoje, 26 de janeiro de 2021, faz 4 anos que meu irmãozinho Walter Sieczko dos Santos, mais conhecido como WALTINHO, fez sua passagem para outro plano. São 4 anos de saudade! Meu irmão foi meu primeiro amigo, meu companheirinho de aventuras na infância e adolescência. Waltinho também foi meu boneco Manequinho, meu maior tesouro e a melhor parte de mim.

Há tempos venho pensando, e pedindo a Deus que me indicasse como seguir com minha vida, eu e minha mãe... Não é fácil perder quem a gente ama. Depois de um longo período de luto, e essa saudade que só faz crescer e crescer cada dia mais, foi me enviada uma nova missão: mexer com verde, com vida, com sonhos, com entrega, com flores e folhas, com esperança!

Em 2017 fui ao aniversário de uma amiga e resolvi dar a ela um presente feito por mim... fiz um Mini Jardim... feito com amor, é claro, mas sem técnica, sem conhecer realmente o mundo das plantas e tudo que envolve essa atividade tão singela e ao mesmo tempo, tão edificante. Sempre fui rodeada de plantas, minha mãe tem plantas que eram da tia dela, que chegaram como mudinhas e que já estão em nossa casa, há mais de 40, 45 anos. Cada planta tem sua história, e cada história tem seu tempo perpetuado em nossa caminhada. Com a morte do Waltinho, precisei buscar fontes de vida e algo que me desse prazer em seguir adiante.

Desde o ano passado, já vinha namorando as plantas e ontem eu já temia que o dia de hoje fosse um dia triste, um dia pesaroso e fui dormir rezando e pedindo a Deus que mudasse o foco desse dia. Estar em casa nessa pandemia, não tem feito bem para ninguém e não sou diferente das pessoas que piram convivendo com o medo de uma peste que veio lá do outro lado do mundo para acabar com famílias, ceifando vidas que seguiam seu rumo, estavam no meio de suas missões. Todo dia 26 é difícil... em janeiro então, bem pior. Já estava no radar, levar minha mãe para comprar plantas no CADEG, isso a deixa muito feliz!!! Muito mais que dar roupas ou bolsas, ou qualquer outro presente, plantas pra ela é o melhor presente do mundo. Então hoje de manhã lá fomos nós, às 06:30h da manhã, tentar fazer esse dia menos pesaroso. Compramos plantas lindas, mais coleções de begônias, roseiras, tudo o que dona Nina gosta! Então, no final da tarde, próximo as 18:00h, hora que Nossa Senhora recolheu meu irmão, fiz minhas preces e de repente, uma vozinha falou aos meus ouvidos: 

- Por que você não trabalha com plantas? Já se imaginou empreender em uma atividade nova, durante seu tempo livre neste isolamento???
E fez um plimmmm!!!!  Na mesma hora, um turbilhão de idéias chegaram à minha mente, como se tudo já tivesse sido orquestrado lá no céu. As coisas foram chegando depressa, tudo ao mesmo tempo, e aí, agora, agorinha mesmo, eu apresento a mim mesma, à minha mãe e a vocês, leitores anônimos deste cantinho, a WS TERRÁRIOS E JARDINS, assim dessa maneira, não fui eu quem criou... apenas enviaram tudo já pronto para minha mente. 

A cabeça ainda está rodando, muita informação, as coisas acontecem assim comigo, mas eu recebo e agradeço... Semana passada estava pensando no Waltinho, de como ele procurava alguma atividade para empreender e nada nunca dava certo pra ele. Tadinho do meu irmãozinho. Não teve muita sorte em várias escolhas da vida dele. Nem sempre eu também acerto, mas com ele sempre foi pior. Eu sempre fui mais brigona, meu irmão ao contrário acabava deixando-se levar por circunstâncias alheias às vontades dele. Eu vou fazer por mim, por ele e pela nossa mãe... porque se eu ainda estou nesta terra, é porque minha missão ainda não acabou. Estou rabiscando aqui os croquis, o que realmente vou fazer, mas eu sei que vou fazer e sei que vai dar certo, porque isso não é coisa só minha... tem algo de divino, algo que veio lá de cima, e vou seguir o que mandaram de mensagem, na minha mente e no meu coração...

Por enquanto é isso, preciso dormir. Amanhã talvez eu já saiba melhor o que fazer.

Mas  a WS TERRÁRIOS E JARDINS, já é uma realidade, a partir de hoje, 26 de janeiro de 2021. E seja o que Deus quiser!

Te amo, Waltinho, para todo o sempre, meu irmão!


quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

21 de janeiro de 2021, do século 21, às 21:21h



 Hoje 21:21h, temos que beber uma boa taça de vinho, bom vinho, porque nesse momento será 21 horas 21 minutos do dia 21 no ano 21 do século 21.


E bebi, e você?

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Meu pensamento, meu isolamento em 2020

 Março de 2020...

Três dias depois do meu aniversário, já estávamos alarmados com a iminência da chegada da grande pandemia do COVID-19 no Brasil. O carnaval já havia acabado, bailes e blocos ainda nas ruas e nas praias. Ninguém levou fé que essa praga chegasse no nosso país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza.

Pois é, chegou!

Nos primeiros dias, após a divulgação das mortes, entrei em pânico, não conseguia dormir, nem respirar, puxava o ar, e o ar não entrava... não conseguia fazer o looping de 360º de ar dentro dos pulmões. Tenho comorbidades, ih, f@d@u, pensei, vou  "pro saco", tenho doença auto-imune e baixa imunidade... Passei 3 noites acordada, tentando respirar... Só consegui dormir com meu terço de silicone enrolado na mão. Vi que foi bom. Vi que deu certo. Continuei rezando à noite, até que adormecesse. Dia 18 de março, criei um grupo de orações com minha amiga Fatima, todos os dias às 15:00h, de domingo à domingo, já que não havia outra alternativa palpável no isolamento. Quando me dei conta, estava administrando um grupo de orações com 132 participantes... meu Deus, que responsabilidade... logo eu quem diria... nunca, nunquinha da silva me imaginaria responsável por um grupo de oração, jamais! Pecadora e muito... louca e um tanto mais... mas sei lá, recebi essa luz, essa missão, que fez bem à mim... e depois a outras muitas pessoas ( é Deus agindo ! ). Me tranquilizei e com o coração abrandado, começamos a ajudar as pessoas do grupo. E continuamos na missão... agora contamos com 10 meses ininterruptos, todos os dias, faça chuva, faça sol... estamos lá... rezando, orando, vibrando positivamente pelos enfermos do COVID e por outras enfermidades, sejam físicas, psicológicas ou espirituais. No total, já rezamos mais de 180.000 vezes. Temos o sentimento que nossas orações chegaram aos céus, sim, com certeza! Perdemos muitos amigos e muitas pessoas que nem conhecemos, mas que estavam presentes nas orações e permanecem até hoje. Perdi amigos, perdi colegas de trabalho... mas não perdi a fé; muito pelo contrário. A fé e o exercício da oração fortificou meu corpo e meu espírito. Hoje meu dia é: antes da oração e depois da oração. Apenas 30 minutos, mas que qualidade do tempo!!! Mas que honra, quanta fé, quanta modificação na minha vida e na vida das pessoas que compartilham conosco esses momentos. A fé modifica, a oração modifica... e fortalece!

O isolamento, ai... o que dizer do isolamento? acredito que o mais difícil foram os 2 primeiros meses... demorei 45 dias para sair a primeira vez depois do início do isolamento. Fui na empresa, tomar a vacina da gripe, no estilo drive-thru. Me arrumei toda (foi quando percebi que não seria possível usar batom-máscara, porque são incompatíveis), e nem sequer  saí do carro... vacina no braço e em 30 minutos de volta pra casa. Eu parecia um ET, vendo (ou revendo) pela primeira vez as coisas mais banais: árvores, céu; a rua deserta, calçadas vazias, alguns carros, sinais sempre abertos... Uma sensação estranha, difícil de explicar, uma situação nova, não sabia o que fazer, o que senti. Orei.

Deixei de assistir uma certa emissora que era só morte e tragédia, porque não há espiritualidade que aguente uma tonelada de notícia negativa por dia. Mudei o foco, trabalhei com mais atenção, fiz coisas que antes tinham sido preteridas por falta de tempo, comecei a estudar, limpar o notebook, fazer backups, treinamentos on line, comecei a me alimentar melhor, focar nos resultados, organizar a casa, documentos, pastas, destralhar o quartinho da bagunça, me adaptar às reuniões on line, Zoom, Skype, TEAMS... e aprender novas ferramentas de gestão, rezar, rezar e rezar... rezar à noite, também, trabalhar, passei a me arrumar e tirar a camisola, pra dar impressão que estava "pronta" pra começar meu dia laboral, senão ia tudo virar uma bagunça... fui me adaptando, e acertando e aparando as arestas do isolamento... e vi que estava dando certo. O coração em paz, sentindo a presença do meu Anjo da Guarda, Jeffrey King e a acolhida constante de Deus, de Jesus e de Maria, a mãe de todos nós. Momentos difíceis, sim, claro! Perdas, muita gente boa foi embora com essa doença maldita. Deus me livre do que vou falar, mas sou humana e é meu pensamento: tô com ranço daquele povo de onde surgiu essa nova variação desse vírus. Essa doença está ceifando a vida de muitos inocentes. Brigas políticas e econômicas... Deus do céu, às vezes acho que não faço parte desse mundo. Amigos e parentes perdendo seus empregos pelo whatsapp. Vamos ajudar como podemos, claro. Mas ainda assim é muito triste e lamentável o ponto que o planeta chegou por mãos humanas. Penso no Waltinho, que não está mais aqui. Será que ele está vendo como está o mundo? O que ele deve estar pensando? Tenho tanta saudade dele... e já serão 4 anos sem ouvir a voz do meu irmãozinho. Dói... ainda dói, mas vai doer sempre... Enfim, Victor Hugo, nosso caçula pegou essa merd@... e levou pra família, todos com COVID, um desespero só, saber que Victor, precisando trabalhar levou essa doença pra casa... Ele dizia que PQD não pegava essa merd@... imagino o Waltinho zoando ele... e a saudade chega de novo matando, aliada à preocupação e oração e falta e saudade e medo e mais saudade e tudo mais... Victor e sua família estão bem, graças a Deus! Como agradeço!

Com esse novo ano de 2021, espero que o mundo tenha mudado um pouquinho. Espero que 2020 tenha sido um ano de reflexão, porque nós não somos nada, sem a vida que Deus nos deu. Embora eu possa me decepcionar e muito com o que vem pela frente, eu não posso perder a fé. Tudo na vida tem um "porquê" e confio no que Deus tem guardado pra mim. No mais, vou fazendo minha parte, cuidando da mamãe e da minha família, de mim, dos amigos e das pessoas que precisam de um ouvido pra falarem, porque as pessoas precisam ser ouvidas, precisamos estar atentos, porque não são apenas coisas materiais que fazem falta na vida das pessoas. Precisamos de mais fé, mais oração, mais esperança em dias melhores. O mundo precisa de oração, então, ore!