sexta-feira, 31 de março de 2017

Sempre cuidando do caçula... Walter Sieczko dos Santos



Meu irmão, estou com tanta saudade de conversar com você pelo celular... Ás vezes era pra falar nada, besteira, dar um oi, dar aquelas "xingadinhas de afeição" que nós tínhamos um com o outro... tirar foto das "obras" que cada um deixava no vaso do banheiro, rsssss.  Foto de quem fazia o cocô mais bonito - óóóóh céus!!!! - Coisas de irmãos bobos que se gostavam muito; coisas que gente normal não entende, mas que fazia a gente se divertir bastante. Coisas de criança que já velhos, nos fazia  cair na gargalhada. Brincadeiras nossas, coisinhas tão nossas, que ninguém nunca vai entender, meu irmão... Você quando era pequenininho, tinha uns 4 anos, mijava fora do vaso sanitário, fazia xixi no banheiro todo... aí então, nossa mãe pintou uma joaninha dentro do vaso sanitário para você mirar em cima do desenho e pra isso tinha que se concentrar, rsss... Pronto! Virou "expert" em fazer xixi dentro do vaso e não fora dele!!!! Se concentrava tanto, que um dia a tampa do vaso fechou em cima do seu piruzinho, putz... foi um chororô só... mas acho que foi mais o susto que a dor! Caracas, acabei de lembrar do Fred, nosso coleguinha que era vizinho em Nova Iguaçu, lembra que ele estava soltando pipa em cima do muro, se desequilibrou e ficou pendurado pelo short, no arame farpado que servia de ofendículo em cima do muro???? Então, não era só pelo shorts que ele ficou pendurado... o arame farpado entrou na pele do prepúcio do garoto, rsss, fez-se ali uma fimose compulsória!!!! Lembranças... ah, como eu gosto delas... estou alimentando minhas memórias, e então cada vez mais elas vêm chegando... e vai me dando uma vontade louca de escrever pra você, já que não consigo mais falar contigo pelo telefone. Não poso deixar essas recordações perdidas no tempo e no espaço... preciso deixar registrado, que apesar da distância depois da vida adulta, temos muitas lembranças boas, que foram vividas na nossa infância. Seu nome nunca será esquecido, faço questão de escrever em toda postagem: "Walter Sieczko dos Santos", meu amado irmãozinho, para que se perpetue no infindo conjunto de rede tecnológica... para que quem sinta sua falta, possa conhecer suas histórias vividas na melhor fase da vida de qualquer pessoa, que é a infância. E eu fiz parte dela, irmão... tivemos o privilégio de dividir todas essas experiências terrenas, juntos! Amor de irmãos, amor fraterno, um amor tão lindo, que acho que não há outro igual. Eu continuo por aqui... rezando e pedindo a Deus que te cuide e te guarde. Tem dias que fica difícil até respirar. Tem dias que dói mais que os outros dias... porque parar de doer, nunca pára...

quinta-feira, 30 de março de 2017

Homenagem aos Paraquedistas que moram no Céu Walter Sieczko dos Santos



Recebi uma postagem com essa homenagem ao meu irmão Waltinho Sieczko, dos amigos Paraquedistas que serviram com ele no ano 93/5. Assim como ao Waltinho, a homenagem também foi para os outros companheiros, Guerreiros Alados que vivem agora no espaço dos Condores:  Sieczko, Perdigão, Valentim e Ivo, estejam na Glória de Deus. 27º Brigada de Infantaria Paraquedista - 93/5

Agradeço aos amigos PQDts do Waltinho, Flavio PDQ Amaral e Wagner Juliana por essa bonita homenagem, que me emocionou muito, me fez chorar e lembrar com muito amor do meu Guerreiro irmão.

Minha Família 
Meus Guerreiros Alados

Valter Rodrigues dos Santos       - PQD 19.730
Walter Sieczko dos Santos         - PQD 57.154
Victor Hugo Araujo dos Santos  - PQD 71.475

terça-feira, 28 de março de 2017

Simbiose, marcas de nascença entre irmãos.

Waltinho, tem coisas que o mundo não muda, tem provas que não podem ser mudadas, coisas que simplesmente não desaparecem porque assim alguém deseja. A vida é muito mais forte que isso, tem coisas muito mais importantes, ainda que pareçam tão superficiais... um detalhe tão bobo, um marca ínfima, mas que desse detalhe, eu ganho forças pra saber que você está em mim, assim como eu estou em você. Hoje de manhã, como todas as manhãs, eu já me levanto pensando em você. Já sinto aquela dorzinha da saudade que as pessoas dizem que um dia ameniza, desaparece; mas que pra mim, só faz aumentar a cada dia... Vou ao banheiro, sinto uma coceirinha nas costas... então vou me coçar... me vejo entre os 2 espelhos do banheiro e visualizo o quê, em minhas costas, coça: um pinta! Uma pintinha igualzinha a que você tinha, no mesmo lugar! Acho que a pinta tá crescendo... penso rapidamente em marcar consulta com Dra. Rosane, pedir pra extirpar o sinal... mas imediatamente, me lembro de ti, meu irmão... Lembrei das suas costas, nas diversas vezes que Graças a Deus eu tive a oportunidade de lhe dar conforto e alívio lhe massageando as costas cansadas dos dias e dias, em um leito de hospital. Lembrei então que você tinha essas mesmas marcas de nascença, um sinal herdado, simbiose... associação íntima entre duas pessoas, filhos do mesmo pai e da mesma mãe... interação entre espécies, harmonia entre dois seres. Eu tenho suas marcas em mim, assim como você as tem em seu corpo, agora perispiritual. Ainda não sei se essa pinta é da mãe, ou se é do pai. Vou desbravar as costas da nossa mãe... pra ver quem nos deu esse sinal. Eu já tinha descoberto outros sinais com minha mãe... mas nunca tinha percebido que também dividia com você essa herança. Agora eu sei que tenho em mim, um sinal que também é seu, que é nosso. Que muito provavelmente, pode ser que tenham seus filhos, não sei... Olho suas fotos, procuro com cuidado mais sinais, outras pintas, e sorrio ao perceber mais 2 pintinhas, uma coladinha na outra, que eu e sua mãe temos acima do peito esquerdo, mas em você, está nas costas, quadrante superior esquerdo... Você quando era pequeno, bebê de colo, gostava de ver as pintas da sua mãe... e contava os sinais. Pequenininho apontava para o peito materno  e dizia: "pnnta". Assim mesmo, "pnnta", a letra "p" e a letra "n"... som anasalado, sem o som do "i". Isso, meu irmão, vem como bálsamo, recebo como um presente, saber que dividimos as mesmas características, o mesmo sangue, a mesma ascendência. Você é meu irmão, meu amado irmão, a quem sempre vou amar, não importa onde esteja, não importa nada... você é meu irmão e nada, nem ninguém muda esse estado. Eu agradeci por essa percepção... fui agraciada logo pela manhã... você segue em mim... eu sigo em você. Conexão, amor fraterno, amor de irmãos, o amor mais lindo que eu conheço! Então eu faço uma oração, peço ao Jeffrey que conecte com seu Anjo... digo seu nome: Walter Sieczko dos Santos... e te envio meu amor, te envio boas energias, suspiro... preciso me arrumar e ir trabalhar, eu preciso do meu trabalho. Mas levo você comigo. E Deus me levanta, me suporta para mais um dia de caminhada. 






domingo, 26 de março de 2017

26/03/2017 - 18:00h

Waltinho, 

Hoje completam 2 meses, 60 dias sem você neste plano e 62 dias desde que pela última vez, ouvi sua voz, e senti seu cheirinho, e abracei você, meu irmão.

Essa semana foi bem difícil... tanta coisa passando pela minha cabeça, olhos transbordantes... não teve jeito, transbordei várias horas e de várias maneiras... No elevador, eu pergunto às paredes onde você está? Cadê meu irmãozinho, cadê, cadê???
Tão difícil... não é que eu não aceite, mas é que eu não acredito. Parece que estou vivendo um pesadelo... eu durmo, acordo, mas o pesadelo não acaba.  Eu falo com você o tempo todo. Você me escuta, meu irmão? Fico lembrando nossas conversas diárias pelo celular, uma linha única da TIM, só pra poder falar com você todo o tempo, a hora que quiséssemos... e agora, meu irmão? Aonde você foi? Que saudades!
Todos os dias às 18:00h em ponto eu penso novamente em você... Hora de Nossa Senhora, embora eu tenha sentido sua presença por volta das 16:30h...


Hoje neste dia, na parte da manhã, fizemos uma celebração no Ramatis, magnífica... você esteve no Ramatis comigo, tomou passe algumas vezes, lembra? Foi um bálsamo ter estado lá... um carinho no nosso coração. Eu vibrei todo meu amor e toda minha energia de carinho e ternura. Sua mãe e eu choramos... Nunca imaginei passar por essa tristeza, meu irmão. Foi lido seu nome: " Walter Sieczko dos Santos ". Como sempre, erram a nossa grafia e falaram o sobrenome errado... ninguém consegue ler o Sieczko. Sempre assim... já nem me surpreendo.  O ambiente estava com muita vibração. Senti a presença de amigos espirituais... senti, meu irmão... cantei baixinho o hino dos paraquedistas pra você, antes de começar a solenidade... fiz a oração de Caritas, a mesma que eu fazia enquanto estava com você no hospital, e você cansado, deitava a cabeça no meu peito e eu massageava devagarzinho as suas costas, tão doídas de ficar tanto tempo deitado. Como eu rezei ali com você, meu irmão. Como eu pedi a Deus por ti. Foram muitas, muitas orações, segurando sua mão... a pele tão amareladinha... Meu Deus que dó! Essas coisas eu vou levar comigo, pra sempre...Graças a Deus, eu tive a oportunidade de estar um bom tempo com você! Que bom que você quis minha presença, e que bom que eu pude estar ao seu lado. Eu agradeço muito a Deus. Tudo na vida tem um porquê, meu irmão... e eu sei que você cumpriu a missão que a ti foi delegada no plano espiritual. Eu só sinto muita saudade.

De tarde, fizemos a sua missa. Foi tão bonita... Estamos conectados pelos laços do amor, pelos laços de família, pelos laços de sangue. Nada nem ninguém pode me tirar isso. Meu irmão, meu manequinho, meu primeiro amigo, minha herança, meu maior tesouro, e  a melhor parte de mim... Essas palavras, se tornaram um mantra... fico repetindo isso pra mim mesma, e vou falar até o último suspiro meu... até que meu coração pare de bater, você vai continuar sendo a pessoa mais importante da minha vida. Não se esqueça das minhas palavras na nossa despedida, repito e reitero todas as palavras. Não te esqueço um só momento, meu irmão. Mas são lembranças boas, vibrações de amor! Você pra mim, foi o filho que eu nunca tive. E que nunca vou ter. A dor que sinto, é assim. Fica um vazio... oco, frio, sem respostas...




quinta-feira, 23 de março de 2017

Meu Eterno Herói - Walter Sieczko dos Santos - PQDt


Eterno Herói - Canção do Pára-Quedista
Exército Brasileiro
 
 Avião! Preparar!
Levantar! Enganchar!
Verificar equipamento! Contar!

(Vozes dos subordinados)
Quatro-pronto-três-pronto-dois-pronto-um-pronto!

(Voz de comando do superior)
À porta! Já!!

Cumprindo no espaço a missão dos condores
Valente e audaz não vacila um instante
Nas asas de prata ao roncar dos motores
Vai a sentinela da Pátria distante
Chegado o momento descendo dos céus
Num salto gigante surgindo do anil
Vai ele planando no templo de Deus
Lutar em defesa do nosso Brasil

Pára-quedista
Guerreiro alado vai cumprir sua missão
Num salto audaz
Vai conquistar do inimigo a posição

Pára-quedista
No entrechoque das razões sempre será
O eterno herói
Que o avanço na luta ninguém deterá.


Hurra! Hurra!

Walter Sieczko dos Santos
Meu irmão
Meu eterno Herói
No avanço da luta, ninguém o deterá!!!
Descansa agora no alto do céu...

quarta-feira, 22 de março de 2017

Jeffrey King, meu Anjo da Guarda

Quem é esse que olha o dia? Que me guarda à noite?
Que vela meu sono, que combate meus medos, que consola minhas aflições... que me segura para que eu não tropece, e me faz pensar melhor e desistir de agir com violência... que enxuga minhas lágrimas e manda ao céu os recados para aqueles que lá estão? É ele quem me acompanha, um soldado enviado pelo próprio Deus para que eu nunca esteja só. Ele é o meu Anjo Guerreiro, meu Anjo da Guarda... aquele a quem eu aprendi a ouvir, para escutá-lo me dizer seu nome: Jeffrey... Jeffrey King, com nome e sobrenome. Um Anjo tão poderoso porque é muito amado. É eficiente, porque já não existe mais ruído entre a sua e a minha vontade. Sinergia, energia, espírito e coração. Nosso silêncio é prece, e nossas preces são músicas aos ouvidos do Criador.  Presente desde sempre, e até após essa vida será meu intercessor, a me acompanhar em caminhos esquecidos de outras existências. Jeffrey King, meu Anjo Guerreiro, meu Anjo Bom, que me ilumina, me protege, me guia, me acalenta, me intui... e de vez em quando se faz voz em outras pessoas, dando-me as palavras que preciso ouvir. Sinto sua presença, forte e ao mesmo tempo dócil. Agradeço a Deus por esse presente. Você, amigo assíduo e tácito... tudo sabe, tudo vê, tudo sente. A ti, meu Anjo, minha gratidão.



“Vou enviar um anjo diante de ti, para que te guarde pelo caminho (…) Toma cuidado na sua presença e escuta a sua voz (…)” 
(Ex 23,20-22).



segunda-feira, 20 de março de 2017

O direito de sentir a dor

Meu irmão...
São 54 dias já sem você... sem ouvir sua voz, sem escutar suas histórias e ainda assim eu acho que qualquer dia desses você vai me ligar. Sinto você muito vivo no meu coração. Está mais perto do que nunca! Converso contigo toda hora, o dia todo... sinto você, mas não consigo mais ouvir a sua voz. Vejo fotos, vejo vídeos, e ainda assim não consigo acreditar que você não está mais nesse plano. O pior de tudo, é escutar as pessoas falando que preciso seguir em frente, que a vida não pára, que preciso esquecer toda essa dor que ainda sangra no meu peito... Não sei se as pessoas falam da boca pra fora, ou se estão doidas,  ou se querem abrandar minha perda ou ainda se não se importam com essa passagem... 
juro que não sei...

O que eu sei, é que dói pra caramba...

Não me importa o tipo de sentimento que as pessoas tem quando perdem alguém a quem ama muito. Eu estou vivendo a minha perda, a minha dor, e só quem ama demais um irmão que viu nascer e que conviveu com ele toda a infância e juventude, poderá mensurar o aperto que estou sentindo... o nó na garganta constante, e como é engolir diariamente um choro muito sentido...
 é muito difícil.


Waltinho, lembra de quando tiramos essa foto?
Foi no Jornal Tribuna da Imprensa... eu tinha no máximo uns 12 anos, você uns 9 anos... acho que precisávamos de uma foto 3x4 para a matrícula no Celestino da Silva, mas aí o fotógrafo que era amigo da nossa família quis tirar mais uma... de nós 2 juntos. Papel fino, brilhante, quanto tempo!!!
 Olha como você era pequenininho do meu lado. Eu lembro dessa camisa, era cinza rajada de branco e a gola era azul escuro, tinha o desenho do Charlie Brown sentado na casinha do Snoopy. Nesse dia eu briguei com você, pra tomar banho e pentear o cabelo: "troque a cueca, Waltinho". Você era meu irmãozinho, meu bonequinho malcriado que não gostava de tomar banho. Eu já era mocinha, mas você ainda era criança...

Então, meu irmão, eu acho que serão necessários ainda muito mais que apenas 54 dias para eu voltar a respirar sem doer. Cada um sabe o tamanho da sua dor... Eu nem sei dizer como vai ser minha vida daqui pra frente, eu vou viver até o dia que Deus me chamar, pode ser muito tempo ou pouco tempo... Como eu vou passar esse tempo, é que eu quero ver... Eu vou continuar com Deus e com você no coração. Cuidar de quem ficou. 
Mas... como eu sinto saudades suas, irmão. Os olhos transbordam algumas vezes ao dia, e eu tento transformar em saudade a realidade que eu sinto a cada dia. 

Lembranças... muitas lembranças
Cada uma melhor que a outra... e como me faz bem relembrar cada uma delas. Isso, meu irmão, ninguém pode tirar de mim. 

Eu tenho o direito de sentir essa dor.

Te amo meu irmão!
para sempre.
Walter Sieczko dos Santos


quinta-feira, 9 de março de 2017

09 de Março de 2017

Quinta-feira, dia 09 de março de 1972.

Minha mãe com 18 anos, sentindo as dores do primeiro parto, parte para a Maternidade Pro Matre, no Centro do Rio de Janeiro. Era ainda madrugada, e depois de horas de dores e contrações, eis que chego a este mundo, pelas mãos da Dra. Thais Helena. Nasci às 06:50, de parto normal... era a virada para a Lua Minguante, minha mãe me disse que nasci de "9 luas, certinho, sem erros nem dúvidas". Hoje minha mãe mandou essa história pelo whatsapp... e disse que logo após meu nascimento, eu estava "com o canto da boquinha cheia de "espinhas", da água do parto". Deve ter sido alguma reação alérgica, não sei o que significa isso. E mãe e filha ficaram um tempinho juntas, pele a pele, aquecida ao colo materno. 
Andreia com 6 horas de vida

Depois nos separaram, minha mãe foi para um pavilhão, e eu fui para um outro, público,  pois o berçário do lado particular estava lotado devido ao grande número de bebês que nasceram na virada da lua cheia para a lua minguante. Minha mãe, tão jovem e mamãe de primeira viagem, chorava tanto, porque eu estava longe, que resolveram me tirar do berçário e me trouxeram para o quarto, pra ficar com ela. Depois de algumas horas já no quarto, minha mãe ainda chorava, e uma enfermeira perguntou porque tanto choro, e ela soluçando, disse que o bebê (eu), não conseguia mamar... o bico do peito da minha mãe não era grande o suficiente para sugar o leite materno. Então a enfermeira largou a bandeja de medicamentos que estava em suas mãos, pegou a cabecinha do bebê (eu) e apertou contra o peito da (minha) mamãe... e então, comecei a mamar. Minha mãe disse que eu mamava tanto que sentia o bico do peito queimar. Mas eu só mamei durante os meus 11 primeiros dias de vida. Não me adaptava ao leite materno, e a nenhum outro leite, o que gerava estresse, tristeza e preocupação. Minha mãe fez algumas pesquisas e tentativas, e encontrou um leite chamado Leitelho Eledon, um leite azedo e já talhado, que parece que não era muito gostoso, mas eu tomava e não vomitava... então, parece que eu gostei do leite.

São minhas histórias, relatos da minha caminhada nesta vida... de como eu cheguei aqui. E quando chegamos aos 45 anos, pensamos tão diferente do que era aos 20, 30... São tantas experiências, tantas perdas, tantos ganhos. Uma realidade tão nova; tanto ainda tenho pra aprender. 

Hoje eu já chorei, já senti tristeza, mas também senti gratidão... porque nunca, jamais eu vou vou deixar de agradecer a Deus pela minha vida, pela minha família, minha história, pela oportunidade de ter o meu irmão Waltinho em minha vida; que foi um grande presente pra mim.  Minha mãe hoje de manhã comentou novamente que ela tinha medo que eu tivesse ciúmes antes do nascimento do meu irmão, Waltinho, quando ela chegasse da maternidade com um outro filho nos braços. Mas ela me contou novamente a mesma história que eu contei aqui no blog, sobre minhas lembranças e impressões pessoais do dia que eu vi meu irmão pela primeira vez. E graças a Deus, a memória que tenho, é exatamente o que minha mãe me contou. Ela disse que meu irmão era meu... e disse que eu acreditei e gostei do "presente Waltinho". E assim, hoje, dia 09/03/2017, eu relembro minha história, sinto saudade e também agradeço por ter sido abençoada com meu irmãozinho. E peço a Deus que conforte nosso coração, e me dê forças pra suportar o tempo de vida que ainda preciso viver, até o dia de finalizar a minha missão.
Andreia com 10 meses e Nina Sieczko com 19 anos

Sinceramente, depois de tanto sofrimento e essa perda irreparável, não há mais como ser como era antes. Ainda estou doída e traumatizada com a dor do desencarne do Waltinho. Então, não tenho muito que comemorar, não quero festa, não quero nada... só quero me recolher em oração, entrar em sintonia com o Jeffrey e com as pessoas mais próximas a mim, e pedir a infinita Misericórdia de Deus, o amor de Jesus e a proteção de Maria. Que possamos ser todos abençoados. A vida segue seu rumo... pela vontade de Deus Pai.

Andréia Sieczko
09/03/2017



Nove de Março de Dois Mil e Dezessete


9 de março é o 68.º dia do ano no calendário gregoriano (69.º em anos bissextos). Faltam 297 para acabar o ano.

Cheguei aos 45


quarta-feira, 8 de março de 2017

Um beijo e um abraço apertado da sua irmã mais velha, que te ama muito!


Meu irmão.
Com você, sempre no meu pensamento e no meu coração. 
Amanhã eu farei 45 anos, mas será um dia muito triste, porque eu sei que você não está neste plano. Você não está aqui... E estou me sentindo tão só; uma coisa estranha que não sei explicar... Mesmo você morando tão longe, eu sabia que eu tinha você a 1 segundo de uma linha de telefone. E agora, eu não vou mais conseguir falar com você a hora que eu desejar. Não vou mais ouvir a sua voz. Não vamos mais conversar sobre os filmes e séries da TV, nem sobre o seu carrinho velhinho que você curtia tanto reformar. Nem vou mais ouvir as suas histórias de PQD, nem conversar sobre as comidinhas que eu poderia fazer pra você... nem perguntar quanto está sua insulina... Você não vai mais me ligar escondido na padaria, dizendo que está num "azimute de fuga", comendo um pedaço de bolo com café. Nem vamos mais trocar fotos do vaso do banheiro, fazendo competição de quem faz a "obra" mais bonita, nem tenho mais a quem pedir pra "brincar de bicho" comigo. Nem brincar de competir com o arroto mais alto e looongo... e quando eu espirrar bem alto, não vou mais ouvir você perguntando: "alguém aí espirrou?" Nem faremos mais torneio de cuspe à distância, nem vamos mais falar com a voz fininha: meeeeennntiiiiiiira, quando estivermos de zoação. Brincar de pique esconde no escuro e batalha naval. Meu irmão, são tantas coisinhas que temos e são tão nossas. Memórias de brincadeiras e brigas de infância... mas que em 5 minutos estávamos juntos brincando e brigando de novo. Você mordendo o dedo do Frederico... meu bonequinho que tenho até hoje. E destruindo minhas outras bonecas... e mais tarde eu lavando sua farda na época do quartel... morria de medo de você atravessando a Presidente Vargas pra pegar o trem de madrugada na Central e ir para Marechal Hermes, na Brigada Paraquedista... Lembro que nessa época eu morava em Pontevedra, mas fazia um DDI que era caro na época, só pra pedir pra você não ser bisonho e olhar para os lados da rua, antes de atravessar. Lembro da gente assistindo Sessão da Tarde, e lambendo o creme do biscoito piraquê recheado de limão. E também, vendo quem  conseguia comer e esticar mais o queijo quente do pão de forma, sem arrebentar o queijo que tinha sido feito naquela chapa única que esquentava na chama do fogão. Rosquinha Mabel, fanta uva... As caixas de bombons que nossa mãe comprava, e você comia todos os seus bombons e depois comia os meus... e eu tinha que contar os bombons, seu guloso. Até hoje eu escondo algumas guloseimas de mim mesma... mas digo que estou "escondendo do Waltinho". E quando você implicava comigo eu gritava: "Mãe, olha o Waltiiiiinhooooo" e ficávamos de castigo, um de frente pro outro, um olhando pro outro, kkkkkkkk até a briga acabar. Sua Caloi Cross vermelha, seu quarto na rua do Lavradio, com poster de mulher pelada e o Forte Apache montado no chão ao lado da sua cama. Atari - Berzec, Pacmam e Enduro, nossos cartuchos preferidos. Os passeios noturnos com os amigos do Celestino, pelas ruas do Centro. Nós usávamos umas capas compridas com a gola levantada... era um charme! As tardes e acampamentos no Grupo Escoteiro, com Chefe Luiz, dona Adelaide, Auxiliadora.Tudo tão lúdico, meu irmão. Eu só consigo lembrar de coisas boas. As ruins não devem e não podem ocupar espaço na minha mente. Não devemos cultivar amarguras. Para cada coisa ruim que me lembro, existem muito mais de lembranças boas. Você, meu irmão, foi figura principal na minha infância, na minha vida. Entre tantas pessoas que fizeram parte da minha história, indubitavelmente, você foi a mais importante de todas. É por isso que vou afirmar até o fim, que você é meu primeiro e melhor amigo, minha maior herança, meu mais valioso tesouro e a melhor parte de mim. Walter Sieczko dos Santos, meu irmão tão querido e pra sempre amado, até depois desta vida, por toda a eternidade. Amanhã vou acordar mais um dia sem você aqui... Isso ainda me parece um pesadelo, e por mais que eu tenha consciência que exista vida após essa vida, saber que você não vai mais me ligar, que não vou mais conversar com você me aumenta o vazio que dói em meu peito. É tão difícil, Waltinho... muito difícil seguir adiante. Vou ficar aqui, quietinha, rezando e enviando meu amor e carinho pra você.

Um beijo e um abraço apertado da sua irmã mais velha, que te ama muito!

Andréia Sieczko

Meu Desenho, feito pela minha mãe.


Meu desenho... feito pela minha mãe, Nina Celia Sieczko.


terça-feira, 7 de março de 2017

Andreia Sieczko, menina, 1982

 Foto tirada quando eu tinha 10 anos, na vila onde eu morava, após a separação dos meus pais.
Esta foto foi na mesma época, e tirada pela mesma pessoa, Denise, nossa vizinha e professora particular do Waltinho. Uma pessoa maravilhosa, da qual só tenho boas lembranças.
 Obrigada, Denise, por esta linda lembrança.

Provavelmente o ano era 1982

domingo, 5 de março de 2017

Irmãos Sieczko


Aqui...
Éramos jovens e saudáveis.
Meu irmão, que saudades.

Andreia e Waltinho Sieczko dos Santos

sexta-feira, 3 de março de 2017

Waltinho, a saudade só faz crescer a cada dia...



Então, nossa mãe mexendo em pastas de documentos antigos, achou esse desenho que você fez de mim, meu irmão. Você deveria ter uns 6, 7, 8 anos???  Pôxa... como essa saudade consegue crescer tão rápido? No desenho você me fez "caolha"... estou mais parecendo um "Pé Grande" de montanha de neve... e o que é isso que você desenhou na minha mão, meu irmão? Desenhou até meus cabelos e um sorrisão... E ainda deixou uma legenda: "Andréia chata". Como eu gostaria de ouvir mais 9999999999 mil  vezes você me chamando de chata. Hoje de novo eu sonhei com você... eu sempre sonho com você, ou sonho que estou falando sobre você... sempre você, Waltinho. Eu acredito que nunca mais eu vou conseguir me recuperar da sua perda. Nunca mais a minha vida será igual ao que era antes. Semana que vem, eu completo 45 anos, e não tenho nenhuma vontade de comemorar. Comemorar o quê? Por quê? Pra quê? Eu perdi a pessoa mais importante da minha vida. Eu me recordo das nossas conversas, e às vezes você estava tão cansado de lutar que não aguentava mais eu falando pra ter paciência... e me perguntava: "quer trocar de lugar"? É claro que eu trocaria de lugar com você. Eu trocaria na hora. Deus é testemunha... Você é o meu irmão amado, é a melhor parte da minha vida. Acompanhar toda essa luta contra a doença, me marcou muito. Foi muito sofrimento, meu irmão. Você é  e sempre será um guerreiro. Você foi muito forte. E aqui... parece que continuo doente... parece que nunca mais serei curada dessa dor, dessa tristeza e saudade. Meu sentimento nunca vai esmorecer, eu vou te amar sempre e pra sempre... a distância nunca amornou esse sentimento, e não será agora que vai amornar... O pensamento é uma força gigantesca, ele chega rapidamente onde você está. Eu tenho certeza que você sente isso. Você sabe o quanto eu te amo, você recebe minha energia e todo meu carinho, aonde quer que você esteja. Eu só espero seguir aqui na missão que você me confiou. Não sei ainda como farei isso... acho que vai ser difícil, terei alguns entraves, mas eu creio no Espírito Santo, e confio no poder que o Jeffrey tem para aproximar esses objetivos. Por enquanto, Walter Sieczko dos Santos, meu amado irmão, esteja em paz, por favor, esteja em paz.  Eu sei que nossos amigos estão cuidando bem de você. Eu te amo sempre, nunca se esqueça disso.