quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Tio Guzzo, mais um herói que se foi.

Todo mundo diz que começamos a morrer, já nos primeiros minutos que nascemos... mas eu discordo! Começamos realmente a morrer, quando as pessoas que mais amamos começam a ir embora... cada pessoa que perdemos, vai levando um pedaço do nosso coração. E agora, meu tio Guzzo se foi, levando mais um pedaço do meu coração, já que o meu irmãozinho Waltinho já foi levando mais da metade dele... e agora tio Guzzo. Jesus, não sei como ainda consigo respirar, minhas referências, meus amores mais verdadeiros estão indo embora. Tio Guzzo foi minha referência de honestidade e integridade, foi o pai que eu não tive, foi amigo, mentor, meu tio preferido. Um homem sensato, responsável, bom filho, bom marido, bom pai, bom amigo. Tio Guzzo foi o pai da família inteira. Cuidou de mim, do Waltinho e dos meus primos menores, além dos seus próprios filhos. E nunca diferenciou seu amor, seu cuidado. Tio Guzzo dividiu seu alimento com minha mãe, Waltinho e eu. Matou nossa fome em muitas ocasiões, era o apoio moral da nossa família, apoiava minha mãe, quando esta, sozinha, se via incapaz de "brecar" a rebeldia -  minha e do Waltinho (muito mais minha rebeldia, eu fui uma adolescente muito difícil, confesso!). Ele era a única pessoa que eu escutava, respeitava e aceitava as broncas, os ensinamentos e os conselhos. Ele era a figura paterna que eu tinha nos dias dos pais... nosso desenho da escola era dele. Meu presente de dia dos pais, muitas vezes foi dele. Meus natais, páscoas, fins de semana, ele sempre esteve presente. Se estava difícil pra ele, levar o sustento pra casa, não havia problema, tia Armida dava um jeito e todo mundo comia, repartindo a comida. Graças a Deus. E não era apenas com os sobrinhos, não... a meninada do prédio em que vivíamos na Rua do Lavradio, todos amavam e respeitavam tio Guzzo, todo fim de semana, íamos todos, jogar bola no Aterro do Flamengo, ou pescar na Urca, era sempre um evento, uma festa. Tio Guzzo foi muito presente na vida de muitas pessoas. Não precisava de muita coisa, porque o principal sempre foi a presença, a atenção, o cuidado por cada um de nós. E agora, esse buraco imenso na minha vida... Meus Deus, a dor ainda latente pela partida prematura do meu irmãozinho. Quanta dor, não sabia que eu tinha tanto espaço pra doer no coração. Saudade define esse sentimento, a falta que me fazem. Que loucura, quem não passa por um luto doído desses não sabe o que significa o vazio, a sensação de cair num buraco sem fundo. É muito difícil seguir adiante quando temos tantas saudades carregadas nas costas, na mente, no coração e na alma.
José Antonio Guzzo com seus sobrinhos Andréia e Waltinho

 Obrigada, meu Tio Guzzo, por todo seu amor incondicional, por todo seu carinho e seu cuidado com a gente. Você foi o pai que eu nunca tive. O pai que o Waltinho nunca teve. Gratidão por ter sido tão presente e tão amigo. 

Imagino vocês aí no céu, o reencontro, as conversas infindas, as risadas, as lembranças, as brincadeiras. Tomem conta um do outro aí.

Aqui a saudade aperta o peito... mas vamos seguindo, como dá!

Amo muito vocês!

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