quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Estou me perdendo no tempo!

 Estou me perdendo no tempo.

Acordei às 05:00 pensando em você. Será que tive meu tão pedido sonho, em forma de reencontro? Pôxa, lamento muito que eu não esteja me recordando. Prefiro aquele sonho realístico, onde conversamos como se você estivesse vivinho da silva... e sinto o calor do seu abraço e o seu cheirinho de sabonete Phebo no peito. Ah, meu irmão... tive que contar nos dedos os anos desde sua morte, e  olha que fazer contas nunca foi o meu forte. Conto e reconto... conto de novo e me é difícil acreditar que já vão fazer 8 anos que você se foi. Fico imaginando suas feições, como você estaria bonito, isso dói com a morte: imaginar coisas que jamais acontecerão. A morte tira da gente o que deveríamos ter vivido, mas que não aconteceu, coisas que nunca vão acontecer, as risadas ficam paralisadas no ar, aguardando o que jamais será. as fotos, os lugares, as situações em que você faria uma falta imensa. As ligações pra contar alguma vitória ou derrota, não importa... Importante mesmo seria dividir com você meus acontecimentos. Waltinho, não dá pra acreditar que você faria 50 anos de vida, meu caçula... ia ser um velhinho sagaz, que ainda teria o coração jovem e saudoso da época do quartel, rindo, contando suas velhas histórias que todavia permanecem passeando nas minhas memórias, tão vivas quanto o amor que permanece no meu coração.

Hoje o sono cedeu lugar à memória das nossas vidas... Meu Deus, meu caçula é um "cinquentinha"... quem dera você estivesse vivo pra eu te zoar... porque com certeza, você já estaria me chamando de "velha cambelha" há muito tempo. Mas você se foi tão jovem... 42 anos, né? somado aos 8 de sua partida, sim, são 50. Eita... me custa acreditar e preciso fazer as contas de novo. Pra mim, é difícil, muito difícil saber que estou há quase 8 anos sem ouvir a sua voz, sem ler as mensagens gravadas no celular. Pois é, sou mesmo louca, guardo como prêmios todas as fotos, áudios e vídeos. São a herança que você me deixou. Vê-las, não dói mais do que não ter você fisicamente aqui. Tudo é uma dor esquisita, não consigo decifrar o sentimento do luto, só sei que dói, que sempre doeu e que vai continuar doendo, mesmo passando muito tempo.

Ahh, interessante constatar que nada mais me dói mais que ter perdido meu irmãozinho. A gente muda, a vida muda, nada nunca mais é igual. Todos os problemas se resumem em algumas palavras e "já está" pronto, passou... vida de que segue. Minha dor é tanta, que nada muito mais importa. Você foi minha maior perda. Você é, definitivamente o maior amor, puro e verdadeiro que eu já senti. Depois de sua partida, os valores mudaram eu não consigo definir o que sinto dentro de mim, é uma grande mudança. Se existe vida passada, você foi meu filho, Waltinho, porque a dor que eu sinto, acho que é essa. Lateja todos os dias, mas tem dias que se torna insuportável, como se você tivesse morrido ontem. O coração, eu sinto na garganta e não consigo respirar. Vem aquele desespero e perco as forças nas pernas, dá vontade de gritar, meu irmão.

Setembro é o meu mês preferido, sempre foi, muito mais que o meu próprio mês, não sei porquê, mas sempre amei os setembros...  E esse mês é o seu!  Impossível não associar tantas coisas importantes de setembro. Estou fazendo a Quaresma de Sâo Miguel, Waltinho, tudo certinho, todos os dias sem perder uma oração. Você era devoto de Sâo Miguel, pois ele também é o padroeiro dos Paraquedistas, e óbvio, você o amava. Meu Anjo da Guarda, o Jeffrey, claro, ele também é um anjo, e claro que faz parte do Exército de São Miguel. Essa oração me trouxe a paz que eu peço há tanto tempo (...).

Waltinho, da próxima vez, me deixa lembrar do sonho. Agradeço a visita, mas se eu puder pedir, me deixa lembrar do sonho. Sinto tanto sua falta, meu irmão. No mais, continuarei conversando com você como sempre. A WS Terrários tá crescendo, né? Afff fiz 3 anos como empreendedora no último dia 09... de setembro, ahhh, esses setembros... Peço só a Deus que me dê saúde, pra trabalhar e gerar meu sustento... aqui nessa terra a gente precisa pagar boletos, e vida de empreendedora, não é fácil. Estive adoentada e por 45 dias não produzi um terrário sequer... mas por incrível que pareça, não surtei. Mantive a calma e aproveitei para descansar, meditar, rezar, dormir e fazer o que você mais gostava de fazer: ver TV. Agora voltei, com um novo ar, estava com saudade de mexer na terra. A natureza cura as feridas. Deus mandou isso pra mim porque eu precisava resignificar,

A gente ainda se fala esse mês, tá? Quero acordar mais vezes com vontade de escrever pra você. Escrever é tão bom, não sei porque perdi esse hábito, quem sabe eu volto a escrever aqui nesse cantinho, deixar registrado nossas memórias, nossas brincadeiras de infância, é bom recordar o tempo que passamos juntos aqui.

Te amo, meu irmão.
Vou ser sempre a sua irmã chata.

Andreia

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