sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Jogos
Seu cheiro está nas paredes, nas portas, na cama, suas digitais no liqüidificador, sua voz ecoa na casa vazia e o retorno oco invade meus ouvidos e me sinto como louca caçando trovões. Avanço léguas no corredor e me jogo no mar de lençóis que cobre o porto, que já foi tão seguro. Meu nó de garganta teima em não se desembaraçar e minha carne treme em pensar que amanhã será diferente do que foi ontem. Perco as forças, esqueço meu rumo. Procuro em vão algo que não sei o que buscar. Dou voltas em meu próprio mundo, mas meu mundo se mostra desconhecido pra mim. Mas preciso tentar, preciso pensar, preciso saber o significado de todas as coisas que me cercam. Preciso me reencontrar.
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