Todo o dia eu sinto saudade de alguém.
E nada é mais “para sempre” que
a saudade.
Tudo que pensamos ser para
sempre, realmente não o é... O amor passa, acaba quando não é cultivado, correspondido,
a fome passa quando se é oferecido um banquete, lágrimas secam e a noite passa,
fazendo da escuridão, um novo raio de sol. Mas o sentimento da saudade não tem
fim... essa sim, é para sempre. Engana-se quem diz que saudade vai e vem, que saudade passa com o passar do tempo. Vai ano, entra ano, e a saudade só faz crescer
em montantes numéricos indefiníveis. A saudade é saudade, seja aquela que dói,
seja aquela que chega amena, com gosto de sofrimento e aquele apertinho na
garganta. Mas ela é para sempre, e nunca diminui. Não cessa, não acalma quem a
sente. A saudade entra como se fosse a dona da casa, escolhe um canto qualquer
dentro da mente, do coração e ali fica, se instala... doendo, fazendo sentir-se, incólume
aos apelos do corpo, da alma. A saudade mata, tortura; outras vezes,
acostuma-se com ela, mas quando menos se espera, um vento, um cheiro, uma
lembrança, ela cresce com tudo, vira avalanche e transborda por todos os poros.
Insuportável, viramos uma miséria humana, um lixo, o coração - a lata desse
lixo. Então, muitas vezes, a gente chora, esperneia, lembra dos fatos, das
dores, de tudo que não foi vivido, a falta, o nó na garganta, a inércia para
lutar, porque faz-se impossível lutar contra a saudade. Saudade é tudo aquilo
que ficou, daquilo que não temos mais. Aprende-se a sobreviver a ela... mas a
vida nunca mais será a mesma.
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