terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Todo o dia eu sinto saudade de alguém

Todo o dia eu sinto saudade de alguém. 

E nada é mais “para sempre” que a saudade.
Tudo que pensamos ser para sempre, realmente não o é... O amor passa, acaba quando não é cultivado, correspondido, a fome passa quando se é oferecido um banquete, lágrimas secam e a noite passa, fazendo da escuridão, um novo raio de sol. Mas o sentimento da saudade não tem fim... essa sim, é para sempre. Engana-se quem diz que saudade vai e vem, que saudade passa com o passar do tempo. Vai ano, entra ano, e a saudade só faz crescer em montantes numéricos indefiníveis. A saudade é saudade, seja aquela que dói, seja aquela que chega amena, com gosto de sofrimento e aquele apertinho na garganta. Mas ela é para sempre, e nunca diminui. Não cessa, não acalma quem a sente. A saudade entra como se fosse a dona da casa, escolhe um canto qualquer dentro da mente, do coração e ali fica, se instala... doendo, fazendo sentir-se, incólume aos apelos do corpo, da alma. A saudade mata, tortura; outras vezes, acostuma-se com ela, mas quando menos se espera, um vento, um cheiro, uma lembrança, ela cresce com tudo, vira avalanche e transborda por todos os poros. Insuportável, viramos uma miséria humana, um lixo, o coração - a lata desse lixo. Então, muitas vezes, a gente chora, esperneia, lembra dos fatos, das dores, de tudo que não foi vivido, a falta, o nó na garganta, a inércia para lutar, porque faz-se impossível lutar contra a saudade. Saudade é tudo aquilo que ficou, daquilo que não temos mais. Aprende-se a sobreviver a ela... mas a vida nunca mais será a mesma.



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