quinta-feira, 14 de abril de 2011

Toda Vez

Cassia Eller Toda vez Que eu digo adeus Eu quase morro Toda vez Que eu digo adeus Aos deuses eu recorro Nenhum deus contudo Parece me ouvir Eles vêem tudo E te deixam partir Quando estas A só um mar de flor em volta Sabiás de algum lugar Cantam o amor em volta Não há som melhor Mas seu tom maior se torna menor Toda vez que eu digo adeus Nenhum deus contudo Parece me ouvir Eles vêem tudo E te deixam partir Sabiás de algum lugar Cantam o amor em volta Não há som melhor Mas seu tom maior se torna menor Toda vez que eu digo adeus Toda vez que eu te digo adeus

Um comentário:

  1. filigranas



    sugar o céu
    pelos poros das estrelas
    em filigranas onde as dobras
    das rugas são labirintos lábios

    meus olhos de veludo
    sobre esta pele açulada
    como urdidura

    penetro-a -
    não como pássaro de seda
    tuas entranhas - mas vampiro -
    e aqui o poema espuma
    toda volúpia da palavra núpcia
    sereno céu silêncio de plumas

    ouve o rumor da garoa
    agora sobre a grama
    a derramar-se em ranhuras
    no âmbito da crisálida

    esta página
    de verbos sonhos signos
    entre pedras desliza
    sobre pedras e o poema
    se faz nada e cicia:

    à deriva o ventre se modula

    - e a vida - se fragmenta

    esta que se descobre
    outra em torpor de nácar
    entre crepúsculo tulipas
    e néctar

    quem deslinda o que escrevo
    acena com a língua
    à fímbria do teu segredo
    sobretudo o fôlego
    do poema que finda
    em decrescente relevo

    e dizer
    à sombra do luar que hausto
    as pálpebras fenecem
    em glaucas escrituras

    ResponderExcluir

Deixe aqui sua mensagem