terça-feira, 13 de março de 2012

Teu, meu ou nosso?

Nosso (ou o meu) problema é acertar a distânciacerta entre nós. À distância de um telefonema? A mesma cama (ôba!!!)? Um email? A mesma cidade?A mesma casa? O mesmo banheiro? "Portas separadas do mesmo armário serãonossa única separação?" O mesmo bairro? Uma fotografia numa gaveta? Ou na memória? Um dentro do outro (ôba!!!)? A distância dos amigos? Conhecidos? À distância de um grito? O mesmo planeta? O mesmo sofá? O mesmo bar, o mesmo cinema? "Em que bar, em que cinema, te esqueces de mim?" (Caetano) Dizem que "saudade" é palavra que só existe na nossa língua. Você sente saudades e não há palavra pro que eu sinto...Tua memória habita em mim como uma criança que se perdeu. Tua memória habita em mim como um velho que decidiu não sair de casa. Tua memória me inflama. Tua memória me gela. ("As aparências enganam aos que gelam e aos que inflamam", Tunai e Sérgio Natureza, em "As aparências enganam"). Tua memória me diz e me cala. Tua memória me cresce e me torna ínfimo. Me faz quase poeta, mas sempre em silêncio. ("Aí diz o meu coração que prazer tem bater se ela não vai ouvir, cantar mas me diga pra quê...". João Bosco, em"Desenho de giz".) Tua memória me acorda para sonhar, e mais tarde traz o sono, que chega para me dar o teu esquecimento, mas me trai, pois durmo e sonho ... com tua memória.Tua memória me empurra para a frente, tua memória me joga do abismo. E isso aqui não tem fim, escreveria o dia inteiro, como tua memória me reescreve a todo instante. Tua memória habita em mim, mas você não mora aqui.

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