sábado, 7 de maio de 2011

Para meu pequeno Abacaxi, onde quer que ele esteja...

A apatia singular destrói seu espírito. Ele não fala mais... Ele não tem mais voz. Nem sequer me lembro do timbre forte de sua voz imperativa. Os olhos são mornos, olhar perdido de quem já começou a pagar o tal preço exigido pela vida. Sua gargalhada se perdeu no distante tempo que outrora enchia o ambiente de energia. Está acabado! Já não é mais quem sempre foi. Vive rodeado em um plano de mentiras, num falso bem querer... e nem se dá conta... Ele nunca poderia imaginar tormentas em seu pobre fim. Ele terá que voltar; e voltará ainda algumas vezes. Não me importo mais com seus atos; apenas aceito seu livre arbítrio. Não vou lutar, me rendo ao que eu acredito. Um dia todos nós seremos julgados. Que pena, você não aprendeu nada; estagnou-se no tempo e no espaço. Poderia ter feito tudo diferente, poderia ter sido o melhor pai do mundo. Arruinaste teu destino, jogou fora cada chance que lhe fora dado. É triste ver o que ainda sobra de ti. Queria não ter o pouco do conhecimento que tenho... mas se tenho, possuo também a responsabilidade do entendimento, do perdão. Não posso agir primariamente. Meus passos mostram, que infelizmente, estou bem acima de você - e isso me custa a compreensão de todos os meus atos. Cada dia que passa, eu entendo mais o mistério da nossa existência. Entendo melhor hoje o que eu já sabia 15 anos atrás. E isso me prova que não estamos aqui por acaso. Não existem coincidências... Mas ainda não sei ao certo o que devo fazer em relação à você. Um ciclo se repete, tal qual um círculo sem ínicio e fim... apenas vai rodando, rodando e fico vendo as coisas se repetirem. E é necessária muita força para romper o que está errado. No seu íntimo, você começa a se cobrar. Seu tempo está acabando e conforme vai chegando a hora, suas memórias anteriores vão cobrando de ti as atitudes que você deveria ter tomado... e não tomou...


Eu te perdôo, por tudo que deixastes de fazer.




Essa carta foi escrita 1 ano antes. Eu não sabia que os dias dele estavam contados. Mas sabia que estava próximo, porque ele já não vivia mais como antes. De tão malandro, acabou se enrolando em sua própria teia. Mas hoje, eu o tenho mais próximo a mim, apesar de não saber exatamente onde ele está. Procure sua paz. A gente vai se encontrar outra vez.


Vou postar 1 dia antes, pra não estragar o dia das Mães de quem me criou.

Um comentário:

  1. Querida Andreia! receba isso como uma singela homenagem do Posts à Beira Mar pelo dia das mães:
    http://postsabeiramar.blogspot.com/2011/05/ser-mae.html
    Beijos e abraços!

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