Os sentimentos podem induzir ao erro e os erros nem sempre são fatores que nos façam aprender alguma coisa ou nos levar a algum lugar. Quem dera eu não acreditasse em Deus, quem dera eu tivesse a certeza que somos o resultado de alguma poeira cósmica em junção com coisa alguma... A vida seria tão mais fácil... A culpa, o medo, as incertezas, o amanhã... Nada disso seria problema na hora de resolver a direção que devemos dar à vida. Carrego minhas culpas, mas o que mais pesa é o medo de errar; acaba que culpa, medo, incerteza e todos os demais sentimentos que nos levam a reflexão, nos encaminham a um buraco negro sem fundo... sempre pensando, sempre pensando e quase nunca chegando ao lugar que quero chegar. Já vivi tanto tempo sem pensar nas coisas, sem medir conseqüências, que agora penso demais, tenho medo demais, e assim como antes, continuo perdida em país estrangeiro. O pior é quando não estou sozinha... Me encontro no meio da arrebentação, e a onda vem vindo... e sei que o que está por vir pode me tirar o ar... Meu peito dói, minha respiração fica contida entre dois lados e não posso me desesperar, e no meio do medo preciso encontrar forças, racionar o ar que me mantém viva. Não tenho direito ao desespero, minha vida depende de como eu a direciono, e nem por isso sou melhor que ninguém, nem valente. Apenas um ser humano tentando sobreviver a si mesmo. Nem meus medos são diferentes de qualquer outro ser. Aguardo então que o vento dê uma direção e instintivamente, sou levada a escolher o lado oposto do que é indicado. Minhas escolhas são sempre as mais difíceis, e minhas estórias nem sempre tem um final feliz, ainda que inesquecível... Vivo assim, não sei até onde nem porque, apenas surge como característica de quem escreve essas palavras. Não sei exatemente qual meu papel nessa estória... fui convidada e entrei de cabeça, mesmo sabendo que todo o esforço poderia não valer nada. Apenas me lanço ao desafio e tento me lembrar de cada momento vivido, afinal de contas, o que vivi ninguém pode tirar de mim. Prefiro que minha vida seja lembrada desse jeito, que eu a vivi em toda intensidade, tenham sido negativas ou positivas, o importante é que eu fiz meu papel, eu vivi, senti o sangue correndo nas veias, não tive medo de continuar, embora o medo existente continue sempre me acompanhando, tomando carona na minha própria sombra... eu sei que ele está lá, num misto de dualidade, antagonismo... Volto a me perguntar se aprendi alguma coisa, o que os sentimentos me trazem? Até onde eu vou seguir ? Qual o resultado que eu espero de mim ? Nada sei... estou hospedada num círculo vicioso, talvez exercitando a paciência que sempre tive orgulho de não ter... A vida é assim, estamos aqui para aprender, embora mais uma vez eu saiba que não sei de nada. Isso é bom. Por fim, o coração segue batento, o ar ainda que difícil entra e sai; e meu instinto de sobrevivência diz o que tenho de fazer para recomeçar mais um dia. Se algum dia eu chegar a conclusão do que sinto agora, vou escrever pra mim mesma. Até lá, não sei...
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