quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Noites

A noite cai e sua ausência dói como pedra perfurada, contundente. Vago na madrugada buscando teu corpo. Meus lençóis são ondas de uma mar turbulento.
Fico gris, náufraga ao sabor do vento.
Sinto fome.
Caminho a procura dos teus pêlos. No silêncio frio imploro que as horas passem. Meus lábios trêmulos gritam seu nome, meu sangue seca. Suplício é não te alcançar neste exato momento. Perco o rumo, perco o ar, desfaleço. Então você chega e preenche meus vazios, me inunda de cheiros, molha minha língua com a sua saliva e eu invado a tua existência, engulo sua voz e me alimento do seu amor, e num contagiante fascínio me refaço outra vez, assim como a luz da manhã que vem surgindo. Meu corpo arde sob o seu, você se afunda em mim e eu te recebo, da ponta à base do teu corpo e sedenta, me entrego à fúria dos teus dentes.
Findou-se o vácuo.
Seus braços me acalentam, seu peito me aquece, a respiração se aquieta, nossos corpos se completam e adormecem... e não penso mais em nada, se não for pra acordar ao seu lado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui sua mensagem