terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Você - 12/jan/10


Em meio a neblina inebriante, vem você com fala mansa e baixa. Outros sons convergem para dentro da memória. A confusão de línguas e saliva se misturam com a cadência de dois corpos e de repente você se torna meu oxigênio. Nossa respiração se confunde e eu aprecio seu gosto... seu ar é meu ar.
Recebo meu sopro de vida e lhe entrego como combustível para sua sobrevivência. Somos um só corpo, fundidos pela alquimia que liberta apenas as almas que se reencontram na plenitude daquilo que todo ser humano busca incansavelmente por toda sua existência.
Somos escolhidos, somos abençoados.
Fomos recebidos na porta do céu e uníssonos engolimos nossa própria voz. O mundo pára e conspira para que tenhamos este momento. Nossos corpos flutuam num estado de semi inconsciência, conscientes do privilégio da absoluta pretensão ao amor absoluto!
Seu peito molhado colide com minha boca seca e num murmúrio vagaroso anseio que molhe minha boca com sua boca.
As palavras saem lentas, turvas... Não há pressa em amar-te, isso é só o começo... Me leve até as nuvens, me pegue em seu colo e me faça beber em gotas, faça de seus lábios minha fonte de água cristalina, tão necessária ao meu corpo, como o ar que eu ponho em seus pulmões.
Eu te faço viver.
E você me solta as asas para voar...
Eu te sinto intenso, verdadeiro e eu te mostro o que é amar.

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