domingo, 20 de março de 2011

Saber lidar com a culpa.


Lidar com a culpa... sentimento desonrado pelas leis do coração. Uma pessoa pode acordar um dia, atravessar uma rua e dar de encontro com um outro amor. E não é pecado nenhum desfazer um laço, que já está torto, para tentar deixá-lo mais bonito. O que importa é a sensação de amor que invade o corpo, a energia correndo em suas veias, e você ali, desesperado para estar com seu novo par. Mas logo vem a culpa, ferindo-lhe com ordens de efeito moral... Interrogatórios permanentes em sua mente, e você, querendo só um pouco do pensar. Quase no fim da linha, seu físico estremece, suas forças acabam, e você se entrega. Começa apenas ouvir a voz da culpa disferindo flechas em sua carne, e você sangrando, vai esmorecendo... vai perdendo gradativamente, o amor que lhe havia entrado intensamente. Começa a empalidecer o semblante, vai deixando de escutar as músicas que embalavam suas lembranças. A culpa cresce... geometricamente, drásticamente... e você cada vez mais, diminuíndo... até que você vire um grão de mostarda. Aí, então, você é engolido. E volta pra dentro de si, se enfurece consigo mesmo, aceita a condenação de culpa e se torna réu confesso. Deixa de lutar e se entrega nas mãos do palhaço. Então, pede desculpas por estar tão feliz... arranca de si o sentimento, e passa a ser, mais aos outros que a si mesmo. Aí chega a hora do retorno; volta arrasado pelos mais chegados, é apedrejado e torturado. A existência de sua auto-estima é mais rarefeita que o ar. Mas então você se sente quites com a culpa, esperando que ela se dissipe. Mas engana-se quem imagina tal feito. Ela é contínua, como um vírus, pra sempre te deixando sem ação. É letal, marginal e indecente. A culpa não vai embora... ela permanece. E come você pelas beiradas, bemmm devagarinho, pensando e saboreando todas as vezes que você quase se extinguiu de tanto pensar em uma solução. Você, nunca quis magoar ninguém... só pensou que o certo, era o sentimento novo que estava aflorando. E você abriu mão, com seu abandono, com a sua incapacidade de ouvir o olheio. Era só você ter dado ao alheio, uma pequena porcentagem que você dedicou à culpa. Teria sido um antídoto eficaz. Você então está acabado. Você ainda carrega a culpa de um rompimento, de um novo sentimento, carrega a culpa por menosprezar a sua primeira outra parte, por tentar sair, ir e ser feliz, sente culpa pelo medo que de repente se entranhou dentro de si, sente culpa por estar vivo, por deixar um coração se abater. Sente culpa por ter sido escurraçado pelos seus, como se você mesmo fosse o algoz dos teus atos. Sente culpa pela vergonha que sente. Se sente um merda! Depois, ainda sente tanta culpa, que nem imagina que toda essa culpa pode ser superada. Primeiro de tudo, respire... olhe para o céu azul, e tente se lembrar da última vez que você foi realmente feliz. Sinta a alegria efervescente que cintilava em seus olhos, lembre-se do cheiro que você mais ansiava em sentir... e da gargalhada mais gostosa que seus ouvidos já ouviram. Pergunte ao teu passado sobre as coisas que você já esqueceu, dê um passeio em sua mente e descreva diante de um espelho, todas as suas emoções. Abra o ralo da inércia, deixe-a sair... levante-se e sinta seus pés na base do teu corpo. Jogue-se novamente, dentro de sua vida. Entenda que você não pode ser responsável pela felicidade de ninguém, somente pela sua! E que você não deve abdicar de sua vida, para alguém que dependa do seu sangue, para viver. Volte, viva, lute. Emergir é o choque de ordem. Saia desse redemoinho de idéias fixas, egoístas e mesquinhas. Respire, volte para você. Recomece! Junte os pedacinhos do que ficou espalhado ao chão. Limpeza interna é profilática! Encontre o seu foco e corra em direção a ele. Renove suas energias. Livre-se da desmedida e enfrente sua catarse. Durma um pouco... isso também é bom. Escute o som da chuva e dos pássaros. Sinta-se bem e encare o novo... o desconhecido sentimento que o levou até ali. Voe em seus desejos, sinta, simplesmente, sinta. Você é livre, você é dono das suas próprias algemas... livre-se delas. Caminhe por novos caminhos, permita-se ser o caçador da tua própria felicidade. Conquiste suas asas... Você vai remoçar, você vai dar pulos sem um peso em cima. Vai se sentir como se tivesse 17 anos. Sonhe, queira, realize. No final tudo fica bem; e você finalmente entende que todos nós precisamos experimentar outros caminhos. Ficar parado, não é a solução. Ainda dá tempo, eu estou esperando!

Um comentário:

  1. Concordo! A vida é para ser vivida de desafios, sem culpa, sem medo. A felicidade é consequência natural!
    Beijos! Ney Sayão.

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