sábado, 15 de junho de 2019

Saudades de mim...




Saudade do tempo que eu ainda era quem hoje não sou mais. 
Minhas dores maiores, eram infinitamente físicas, em comparação a dor constante que lateja em meu peito. Que me corrói a sanidade e que me faz cair em abismos sem fim. Saudade do tempo que meus medos eram menores que minha realidade atual, que tempestades eram apenas dias de chuva bons, pra descansar e ler um livro recostada em montanhas de almofadas. Saudade de mim, quando eu deitava e adormecia pensando nas aventuras que me aguardariam no dia seguinte e em qual roupa eu ficaria melhor. Saudade do tempo que não cultivava tanta saudade... na totalidade, sofrida e doída, saudade essa que me parte o coração em cada respiração. Saudade de mim, do meu riso, antes tão fácil, e a esperança constante que seria capaz de abraçar o mundo num mesmo fôlego. Saudade de tudo que vivi, numa época que não existia saudade... que não existia choro nem tristezas, e viver era sempre um sonho diário. Saudades de mim... que já nem lembro mais como eu era assim.

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