quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Setembro, dia 2


Como eu disse ontem, hoje vou contar um pouco sobre o Felipinho. A mãe dele é irmã da minha mãe... e ela é minha madrinha, além de tia. Quando o Felipe nasceu, minha tia tinha 40 anos, eu tinha 17. Eu me recordo a primeira vez que segurei meu primo e afilhado no colo. Ele veio embrulhado, todo vermelho, com cara de joelho e eu estava super ansiosa, querendo abrir a manta que o cobria... e assim o fiz, sentei-me na cama da maternidade e fui desdobrando as mantas, as roupinhas pequenuchas dele... fui abrindo o bebê como se fosse um presente. O meu presente, meu priminho caçula, meu afilhadinho querido. O Felipe, assim como a Priscila, sempre foi "nosso"... meu, da minha mãe, da tia Armida, do tio Guzzo. Graças a Deus, tia Lamia nunca teve ciúme, sempre dividiu o filho dela com a gente... Mas também, durante 17 anos, eu também fui muito "dela"... depois eu conto aqui, as aventuras que passamos juntas. O Felipe sempre foi um menino carinhoso, inteligente; nunca deu trabalho. Tirando a madrugada que ficamos estudando História do Brasil, a Era de Vargas, não tinha problemas com a escola. Depois que a Priscila nasceu, a felicidade dobrou, toda linda, careca que nem eu... só foi ter cabelo com 5 anos... As crianças passavam frequentemente, os finais de semana em minha casa. Era uma baguncinha muito da boa... eu não sei porque eles cresceram tão depressa... Hoje em dia, as visitas escassearam, mas em compensação, quando chegam lá em casa, não são apenas 2, mas 4, pois trazem seus respectivos companheiros de estrada, a Elaine e o Anderson... então, é bom, é booommm demais estar perto deles, compartindo da vida adulta. Eu sempre os tratei como sobrinhos, pois dava muito trabalho explicar que eram primos e afilhados... Nos dias de hoje, a diferença de idade não é mais tão gritante e agora que eles são independentes, podem voltar a ser primos, ahahahaha. Eles são adultos, trabalham, fazem faculdade, conversam de igual pra igual. Eu confesso que fiquei perplexa quando vi o Felipinho com um copo de cerveja na mão.... mas ele é um homem, né? E nossa família é de origem russa e alemã... normal que gostemos de cerveja, argh! Ontem, meu bebezinho fez 21 anos, e eu não poderia deixar de ir lá para pegá-lo no colo (???) e dar um monte de beijo nele. Tia Armida fez um rodízio de pizza... meu fígado entrou em colapso, foi uma festinha rápida, pois Felipe tinha prova na faculdade. Chegando lá, ele me chamou: Dedéia, vamos tocar guitarra? Fui. Fiquei muito feliz, pois ele está tocando muito bem, tira os acordes perfeitamente, e eu, como vocês já estão can-sa-dos de saber, AMO MÚSICA!!! Mas sabe o que mais me tocou? Não foi em si, as notas na guitarra... mas o tipo de música que o Felipe gosta. Ele é eclético... muito eclético. Vai da MPB ao Rock num instante. Puxou a mim! Quando ele começou a tocar Nando Reis, então... puxa, quase fiquei sem fala! Eu fico toda boba, porque eu sei que tem uma pitada de mim, na vida dele... não só dele, mas na vida da Priscila, também. Isso é amor, é carinho, foi todo o tempo que passamos juntos, dedicando conversas, estudos, brincadeiras, dia a dia. É engraçado, pois hoje em dia, os valores são outros, as coisas são diferentes de 20 anos atrás. Tem tanta música porcaria por aí... tanta novidade comercial veiculado em rádio e televisão... como que meus sobrinhos/primos/afilhados, podem gostar de Legião Urbana, Zeca Baleiro, Djavan, Roupa Nova??? Eu lembro que eles eram pequenos e iam no banco de trás do carro, e eu ia escutando e cantando Faroeste Caboclo, Vento no Litoral, imaginando-me dentro da chamada Geração Coca-Cola... Tem gente da idade deles, que mal conhecem essas músicas... Mas tudo bem, música não tem idade... Ainda bem! Eu cresci ouvindo Elis Regina, Ataulfo Alves, Jair Rodrigues, Angela Maria... Meu gosto musical também tem a ver com cantores de outros tempos, mas que ainda hoje, mantém um público fiel de fãs. É isso aí... mais uma prova que o tempo é inexorável... inexoravelmente maravilhoso... E as lembranças estão aí pra mostrar que tudo que foi bom, a gente não esquece. Ainda lembro de mim mesma, com 19 anos, perguntando ao Felipinho: Felipinho, o que eu sou sua? e ele respondia: voxê é minha "padinha". É isso aí, mesmo, meu querido, eu sou a sua Padinha, vou ser pra sempre a sua padinha... e ninguém me tira isso!


Feliz Aniversário!
Obs.: nesta fotografia, o Felipe tinha 14 anos

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