Ainda sinto o gosto do seu beijo, e minha boca se traduz como flor orvalhada de sua saliva evaporando no calor de suas mãos sobre minha pele. Teu cheiro é a continuação do teu corpo, que fica em mim, pois em mim encontras o espelho do que também levas contigo. Seus olhos úmidos de saudade desvendam meus segredos e viro água de chuva, decifrando meus devaneios e sussurrando que me ama. Me calo diante do teu sorriso inebriante. Nada mais tenho a falar depois dessa energia incandescente que me faz girar como gata no cio, a não ser procurar novamente o peso do seu corpo e entrelaçar suas pernas nas minhas. Me surpreenda com seu abraço oceânico e meu murmúrio adia o momento em que minha pele arde diante de tua língua felina. E quando sua voz de dentro se mistura com minha voz de fora, ouço a sinfonia deste sentimento preenchendo as interrogações alimentadas de dúvidas fomentadas pela distância que insiste em tentar te ausentar de mim. Te dou meus pés para que me digas quantos passos devo dar em direção ao peito que acolhe meu cansaço e me entrego sem escudos, sem armas. Me entrego para que faças do meu corpo sua casa e te escuto chamar meu nome. E ouvir tua voz me dá água na boca, onde imediatamente nasce novamente o gosto do seu beijo.
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