domingo, 14 de março de 2010

O Pequeno Príncipe III

"- Adeus, disse ele a flor.
Mas a flor não respondeu.
- Adeus, repetiu ele.
A flor tossiu. Mas não era por causa do resfriado.
- Eu fui uma tola, disse por fim. Peço-te perdão.
Trata de ser feliz.
A ausência de censuras o surpreendeu.
Ficou parado, inteiramente sem jeito, com a redoma no ar.
Não podia compreender essa calma doçura.
- É claro que eu te amo, disse-lhe a flor. Foi por minha culpa que não soubeste de nada. Isso não tem importância. Foste tão tolo quanto eu.
Trata de ser feliz... Mas pode deixar em paz a redoma. Não preciso mais dela.
- Mas o vento...
- Não estou assim tão resfriada...
O ar fresco da noite me fará bem. Eu sou uma flor.
- Mas os bichos...
- É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas! Do contrário, quem virá visitar-me?
Tu estarás longe...
Quanto aos bichos grandes, não tenho medo deles.
Eu tenho as minhas garras.
E ela mostrava ingenuamente seus quatro espinhos.
Em seguida acrescentou :
- Não demores assim, que é exasperante.
Tu decidiste partir.
Vai-te embora !
Pois ela não queria que ele a visse chorar.
Era uma flor muito orgulhosa... "

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