sexta-feira, 20 de abril de 2018

Por um breve momento

Eu sei que você ia rir da minha cara, dizer que dei mole e que foi muito fácil... mas meu irmão, ninguém melhor que você pra saber os desertos que tenho atravessado nos últimos 24 meses. Parece até que alguém já tinha me dito isso, e foi-me dito, uma noite na hora das minhas orações: "descansa, dorme, dorme bem, dorme feliz... estão ainda todos vivos  e saudáveis..." Depois disso, um turbilhão de coisas atropelaram meu dia-a-dia. Caí em uma escuridão de vazio e tenho lutado desde então para descobrir um pedacinho de mim que ainda tivesse vida. Neste tempo, não tenho vivido, tenho existido entre mundos paralelos, mas irreais ao que vivi até então. No meio da tristeza, um raio de luz, claridade rara iluminou o vazio, e algo em mim, foi tocado. Eu não podia deixar passar, eu não podia deixar de ver se realmente eu ainda tinha vida em mim. Por um breve momento, senti que talvez ainda houvesse um ponto de esperança. Mas meu irmão, as coisas nunca são da maneira que a gente quer. E a corda sempre arrebenta pro meu lado. O tempo exaspera em minhas tentativas de recomeçar, como se eu não tivesse a chance de tentar mais e mais e mais uma vez... Talvez não deva, talvez não queira, mas ainda que rapidamente, senti algo aquecendo em meu peito. E isso, ainda que inusitado, me fez sorrir. Urge a vida, é improrrogável o que temos de viver... Ainda que com a tristeza, com a saudade - que ao final, me faz companhia, não há como sair da vida, senão for vivendo. 

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