terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Poço da Ana - Toca da Onça



Há algum tempo, no final ou no começo de cada ano, eu faço um agradecimento espiritual pela minha vida, pelas minhas conquistas e também agradeço por tudo que aprendi com meus fracassos. A cada ano que passa, fico mais espiritualizada... e esse meu ritual não vem de crenças pré estabelecidas, ninguém me manda fazer... faço por intuição e gratidão a Deus, aos anjos que me guardam, enfim, à mãe natureza. Isso pode vir do fato de eu ser bruxa de nascença... minha bisávó era bruxa, meu avô Wlozmiers era bruxo ainda lá na Rússia, minha mãe é bruxa, e claro, eu também sou bruxa... a família toda da Rússia é meio assim: um pouco ateu, um pouco cigano, outros bruxos, feiticeiros, alquimistas, curiosos, e outros católicos ortodoxos... Bom, voltando ao assunto, esse ano foi muito especial. Como eu estava trabalhando no final do ano em ritmo acelerado, deixei meu agradecimento para meados de janeiro, e foi em Lumiar então que meu ano começou: comunguei com os seres da floresta, respirei o ar puro da montanha. Entre caminhadas e conversas reencontrei uma velha amiga bruxa, que fez parte da minha vida em algum lugar de vidas passadas. Fizemos nosso Sabbath reacheado de música, risos, gargalhadas, luxúria, gula, estórias dessa nossa vida; e pra ser sincera, faltou-nos tempo... amanheceu e a gente nem se tocou... Embora tenhamos feito as horas passarem bem devagar, nossos conteúdos eram imensos; muito que cantar, muito que celebrar em nosso reencontro. Eu tenho sorte em encontrar pessoas que conheci em outras vidas, e todas pessoas boas, guerreiras, bruxinhas do bem!!! A empatia é franca e direta. Nem é preciso ver a marca de Caim... Neste precioso Sabbath, limpei meu corpo e meu espírito de maneira natural, como antes da Inquisição, nada foi urb, nada convencional...

Ana, minha amiga tem um poço mágico; escondido lá no alto da Toca da Onça, entre nascentes e folhagens, existe o Poço da Ana... E lá ainda tem uma pequena ilha, e foi lá que nosso ritual se concretizou: joguei o que não prestava fora, deixei espaços vazios reservados às alegrias, à paz, à saúde e ao bem querer. Fizemos a oração que o Pai nos ensinou, pensamos em coisas positivas, com sentimentos bons e nos atiramos entregues à água santa do Poço da Ana.

Oferecemos nosso alimento e deixamos a água levar para onde o destino assim quiser. Admiramos o belo, o rio de estrelas, a borboleta que voou acima de nossas cabeças, abençoamos nosso corpo com energia da natureza, fomos até a ilha do Poço da Ana, voltamos nadando, já com o corpo e espírito em equilíbrio, gritamos o grito dos índios, ficamos um tempo, que pareceram hooooras, sentadas nas pedras da cachoeira, escutando o silêncio e o correr das águas sem nenhuma interferência de fora... Ninguém conhece o Poço... O Poço da Ana é mágico, é escondido, é só dela e dos amigos que merecem fazer parte da magia. Ficamos com cheiro de cravo, com cheiro de água boa, fresca... E em nossos corações, a certeza de que não existem obstáculos que não possamos contornar, assim como as águas que correm entre as pedras; nossa vida deve sempre seguir em frente, sempre em direção ao mar... a vida é assim, está sempre em movimento e não há nada que a faça parar. Essa experiência foi um presente que levarei pra sempre comigo. Só tenho a agradecer pela comunhão, pela sinergia, a natureza, por conhecer o sentido da vida e saber que tenho sempre ao meu lado amigos especiais... espirituais ou não, mas de qualquer forma, especiais e insubstituíveis, que me amam, me protegem e seguem o caminho junto a mim.



E Ana, onde estará a sua maçã????


Boas Energias a todos!!!!

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