sexta-feira, 15 de setembro de 2017

15 de setembro de 2017



Meu irmãozinho tão amado, tão querido... hoje é dia 15 de setembro de 2017, faltam 10 dias para seu aniversário, mas você não cumprirá mais uma primavera, você não estará aqui neste mundo, e eu não vou conseguir ouvir tua voz, falar com você, nem te dar os parabéns; não tenho como te dar meu abraço, não vou poder mais ir para cozinha e fazer uma comidinha boa pra você. Waltinho, no meu peito, vive um buraco... um vazio, oco, sem fundo, sem vida, sem alegria. Sinto sua falta, meu irmão. Tenho tanta saudade sua, que não sei como posso estar em pé, não sei como eu consigo me levantar todos os dias, e tomar banho, me arrumar e sair pra trabalhar. Eu não tenho outra escolha, né? preciso trabalhar... Mas é  muito difícil seguir a vida. Essa semana o empréstimo que peguei pra pagar o seu carro voyage velhinho, quadradinho, finalizou. Quem diria, meu irmão... Você me pediu esse empréstimo em 2015... e agora em 2017 você não está mais aqui. Que dor, que saudade, que tristeza! Quando eu lembro do "porquê" que você me pediu pra te ajudar a comprar esse carrinho tão velhinho, meu coração se encheu de tristeza. Mas eu te apoiei em suas escolhas, e pude fazer isso por você. A última vez que vi seu carrinho, estava estacionado na rua, tava "capenga", pois tinha um pneu furado...
Como você adorava mexer no seu quadradinho... era seu brinquedinho, seu hobby, uma das pouquíssimas coisas que te faziam feliz, que te faziam esquecer o câncer. Muitas vezes você me ligava só pra falar do seu carrinho, seu velhinho como você o chamava. Nossos tios mandaram um dinheirinho e você fez a capotaria do seu quadradinho, ficou bem legal, meu irmão. Realmente era um assunto que fazia seus olhos verdes brilharem... parecia um menino... meu irmão querido, que saudade é essa que dói tanto?
Eu ainda não consigo lembrar essas coisas sem sentir as lágrimas correndo face abaixo, eu não consigo entender como as pessoas são cruéis, como a doença é terrível. Como a morte não mata apenas quem já morreu, mas mata também de saudades, quem ficou. Eu ainda não sei como será o dia 25 de setembro, eu ainda não sei como eu vou me sentir nesse dia, como serão esses 10 dias que antecedem o aniversário de quem não faz mais aniversário, como é o dia de alguém que não está mais aqui? Meu Deus! É muito difícil conviver com essa falta, é difícil conviver com esse buraco no peito, esse poço sem fundo. Só de imaginar que eu vou envelhecer sem a presença do meu irmão, com quem eu vivi a minha infância, juventude... só de imaginar que anos virão e passarão, e eu não vou poder te encontrar, falar com você, me dá um troço que eu não consigo explicar. Só de lembrar que eu não pude me despedir... eu penso que as pessoas perderam a dignidade humana. Parece novela mexicana, de tão surreal que é. Eu perco o ar... não consigo respirar, meu irmão. Com certeza, é a misericórdia de Deus que me mantém de pé. E eu confio na justiça divina, muito mais do que a justiça dos homens... porque maldito é o homem que confia no homem, mas a justiça de Deus... ahhhh, essa não falha nunca... e eu vivo na fé de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Eu só descanso, porque sei que o Pai é justo. Então, tento respirar, penso em você e envio todo o amor que uma irmã mais velha sente pelo seu irmão caçula. Lembro de todos nossos momentos, nossa infância, nossa vida e te abraço em uma energia de luz. Porque eu te amo, Waltinho! Meu amor por ti, é imortal, vai muito além da vida nesta terra. E sei que você jamais admitiria ir embora desta vida, sem que eu te desse um último adeus. Meu irmão, meu primeiro amigo, meu maior tesouro, a melhor parte de mim.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui sua mensagem