Irmão... continua doendo a sua falta, continua ardendo na alma a falta do adeus, o último beijo que eu não pude dar, a última música que eu cantaria pra você, claro que seria o hino dos bravos guerreiros paraquedistas, eu carregaria você até sua última morada, fecharia esse ciclo de vida, deixaria você levar minhas lágrimas em seu corpo, daria mais um beijo em sua testa. Faria o protocolo esperado que todo e qualquer ser humano, teria direito como família. Mas infelizmente a maldade, crueldade, egocentrismo e egoísmo do ser humano foi mais forte que o direito que temos de enterrar nossos mortos. Antes de ser pai, você foi filho. Antes de ser marido, você foi irmão. Antes de qualquer coisa, você foi humano. Você foi bebê, criança e adolescente antes de se tornar um adulto e escolher a vida que escolheu pra si. Alguém cuidou de você. Você teve mãe, pai, irmã, tios... família. Eu sei que você sabe o quanto eu te amo, e isso pra mim, basta. Eu te aproveitei, meu irmão. Eu te beijei muito, te abracei em todas as oportunidades, até mesmo quando te levava ao banheiro eu te dava meu ombro, e te ajudava a se locomover. E você, Waltinho, sem nunca reclamar, sem nunca blasfemar. Você foi um exemplo de fé e amor a Deus, e foi um aprendizado para toda minha vida. Você nunca perdeu a fé. Você acreditou até o último momento em sua cura. Eu sei que você hoje, está curado. Para minha saudade, sua cura e sua vida não é mais neste plano, mas eu sei que meu irmãozinho querido está curado, sem dor, sem inquietudes, sem agonia.
Ontem, seria seu 43º aniversário. Foi um dia difícil pra mim, muito difícil olhar o telefone, e saber que não adiantaria te ligar, porque você não iria atender. Passei o dia em oração, mandando minhas preces, meu amor e somente boas energias pra você. Tenho certeza que você recebeu todo o sentimento de amor que mandei pra te aquecer seu coração. Eu já sabia que esse mês de setembro seria diferente... eu já sabia que seria muito difícil passar pelo dia do seu aniversário e logo hoje, no dia seguinte, recordar os 245 dias que você partiu, e os 247 dias desde que eu saí daquele hospital. São 8 meses de muita saudade, muita dor, muita falta de ar. Eu não imaginava que aquele momento seria o momento do nosso adeus, e que depois dali, você faria a passagem sem que nossa família fosse sequer avisada. Mas Deus é Pai... eu fiz massagem nos seus pés a noite toda até a hora de sair para o aeroporto. Fiquei em pé, ao seu lado, te acarinhando, rezando baixinho e dizendo o quanto eu te amava, meu irmão. Eu te amo, vou te amar por todo o infinito. Estávamos eu, você e nossa mãe. Ali foi nosso último momento juntos, nós 3. Eu precisava voltar, mas tinha deixado uma pessoa muito melhor que eu pra cuidar de você, sua mãe. A mesma mãe que te trouxe ao mundo, que cuidou e alimentou você, que te ensinou a andar, que te ensinou a falar; que te levou para a escola, que me deu você de presente, meu irmãozinho, meu manequinho.
Nada, nem ninguém pode separar o que nos une. Nada, nem ninguém pode apagar nossa história. Somos irmãos, somos família, somos sangue e espírito. Você é meu pedaço que agora mora no céu. E eu sei que nossa despedida não será eterna, eu creio no nosso reencontro, Waltinho. Ás vezes, uma vida inteira aqui nesse plano, não passam de dias onde você está. Eu vou aguentar minha saudade, amparada na fé que você me mostrou ter. Vou rezar, pedir a Deus que nos dê forças, e que você esteja bem, sendo cuidado por nossa família espiritual. Que Nossa Senhora o acolha em seu manto de amor, que você possa sorrir e se alimentar do amor que nós enviamos pra você. Eu te amo, sua mãe te ama, seus tios e tias te amam, seus padrinhos, seus amigos também amam você. Sempre que nos encontramos nos abraçamos, e colocamos sua memória no meio desse abraço... sinta nosso calor e nossa energia, com todo carinho do nosso coração.
Walter Waltinho Sieczko dos Santos
Irmão, filho, sobrinho e amigo amado!
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