De todas as coisas que sinto, sempre tem aquela que machuca mais, a que ensina e faz forte, que traz a resiliência necessária para chegar exatamente onde preciso estar.
O tempo que antes fora amigo, hoje é meu algoz... tão certo e inexorável que sinto raiva de um dia ter sido tão cúmplice dele e ter feito força para que se fizesse mais presente...
Ele passou e me deixou a beira do caminho, sem ter deixado uma direção a seguir, um passado tão longínquo e um futuro incerto. Hoje o tempo ainda me observa, e me sacaneia... e contra ele, jamais poderei fazer minha revanche.
Ainda que me torne sábia e sensata, o tempo é ainda mais do que eu poderia ser.
É o ex amigo que nunca se afasta, e se espreita para ver uma caída... sorrir e deliciar-se pensando no que estou imaginando... sendo o tempo o vilão de todos os acontecimentos... tudo acontece nele, por ele, com ele; tudo passa por ele, e nada deixa de ter seu momento certo. O segundo que foi hoje, não mais será... e nem o que poderia ter sido e não foi, já passou pelo tempo e não tem mais como voltar. O tempo é ingrato, amargo e indócil, ainda quando é testemunha de agradáveis instantes.
O tempo é uno, invencível, intransponível... porém ele não é par, não tem companhia. O tempo é paradoxo de si próprio... então nesse momento, o tempo se torna mais frágil que eu. A incongruência sobre si mesmo, o leva ao desatino.
O tempo é infeliz!
O tempo é contrassenso quando se enxerga no espelho; torna-se o caos sem razão de ser. Hecatombe espacial no infinito. Vácuo, e então abrem-se os campos. Buracos, novos tempos, novas formas de medir-se. Medir o tempo, as idéias, os milésimos de segundos, muda tudo, muda a nós, o universo conhecido.
Neste ponto, o tempo ficou pra traz.
Nada é mais da maneira que conhecíamos até então.
E nisso, tudo mudou.
E o que era antes, deixou de ter o tempo de ser.
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