sábado, 5 de maio de 2018

Nosso horizonte não terá fim...

Nunca pise nas asas de um passarinho; 
não o impeça de voar...
Há um sol que brilha acima das nuvens e lá eu irei te encontrar. Andarei de pés descalços, na suavidade das ondas do céu. Correrei de encontro ao teu abraço fraterno, e nosso horizonte não terá fim.
Andreia Sieczko


Meu irmão, meu amigo, a melhor parte de mim... quanta dor, quanta saudade, eu sei que um dia tudo isso vai passar.  Um dia voltaremos a ser crianças, brigaremos pela banda do último biscoito recheado, vamos fazer campeonato de arrotos infindos, e ver quem faz a maior bolinha de meleca primeiro, quem consegue cuspir mais longe, e quem atira na praia da Urca, a pedra mais saltitante nas águas. Vamos apostar corrida, andar de bicicleta e ver quem chega primeiro nadando. 
Vamos brigar bastante, porque assim os irmãos aprendem a se defender quando estão sós. Lembra? a gente brincava de brigar, só pra não apanhar na rua, e nossa mãe ficava doida com a gente (ela nunca viu ninguém brincar de brigar...). Vou dar banho de sabão em pó e vassoura em você, pois quando pequeno, eu te mandava se banhar e você só molhava a franjinha, a barriga, o joelho e os pés.... e quando eu via a toalha imunda, te botava de novo no box, e te fazia tomar banho de novo. Molha as costas, moleque, limpa essa bunda. 
Depois o tempo vai passar, e começaremos a nos proteger, a sermos cada dia mais, companheiros da vida. Mais amigos, mais cúmplices e ficar juntos já não era uma obrigação de ter que tomar conta um do outro. Você saía do quartel, e ia pra minha casa, a gente lavava sua farda de paraquedista na mão... depois cada um pegava de um lado e começava a dar voltas em torno de si mesmo, para torcer aquele tecido tão forte. Ainda ali, parecíamos crianças, um sempre perturbando o outro, mas nunca ficávamos de mal por mais de 5 minutos, um sempre fazia alguma palhaçada para fazer o outro rir, e logo já havíamos esquecido a contenda anterior. Quanta saudade, Waltinho. Você é meu irmãozinho pra sempre, para todo o sempre, e quem sabe, algum dia, a gente renasça, outra vez, irmãos? Muita falta de conversar com você, contar meus segredos, e você contar as merdinhas que andava fazendo.  O tempo vai passar, mas a falta que você me faz não vai passar nunca. Hoje, eu vivo de nossas  lembranças e mesmo com a saudade, eu gosto de relembrar cada pedacinho da nossa história.

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