sexta-feira, 18 de maio de 2018

O que me dói...


O que me dói?

O que me dói é: me preparar para o mundo e o “mundo cagar pra mim”. O que me dói é perder tanto tempo pensando no mundo, em quanto o mundo não pensa em mim. É conjecturar planos, perder eficiência imaginando ciências e no fim, saber que a suposta prognose nada mais foi que um surto entre mim e eu mesma. Voei para o mundo com tantos planos, e quando olhei para o lado, estava sozinha. Fiz augúrios contando com o par, e no fim, fui meu próprio fantasma, minha própria companhia. Por que então, depois de tanta proficiência, me encontro outra vez no mesmo contexto ímprobo? São tantas provas assim mesmo? Por que será que ainda não aprendi? O que mais devo esperar? Ver até aonde pressupõe-se que estou pronta para mudar de fase? Fases? Faces? A cada dia que passa me sinto mais ímpar, lugente, atormentada com questionamentos sem fim. Afinal, por que estou aqui? Não faço mais parte da esquadra que domina o mundo... mundo? Que mundo? Para quê o mundo? O mesmo mundo que desdenha meus sentimentos? Que continua cagando e andando para meu fastio... Quero ir, quero partir, porque não faço mais parte desse todo. Quero encontrar as respostas que eu procuro e encontrar a parte que verdadeiramente me falta. Coisas hão de acontecer porque no mundo tudo é dinâmico... o mesmo movimento que me expurgou do contexto, um dia há de me envolver em novas esferas.  Só que este tempo de entressafra está corroendo o que ainda resta de mim. Não estou nem lá, nem cá... suspensão... estou em suspensão e isso me aflige. Não sou nem viva, nem morta, nem jovem, nem velha, nem louca, nem sã. Por que me dói estar assim com o mundo?  Enquanto eu choro, o mundo urge, vive, realiza, germina a cada segundo, e eu aqui, na inércia da espera, achando que tudo isso parte apenas de um teste de paciência. E então eu pergunto de novo: pra quê, por quê? O tempo que passa é o mesmo que extravasa o nada. Tudo depende, tudo é talvez e não consigo lidar com essas regras.  Preciso parar de pensar no mundo, preciso olhar pra mim mesma até encontrar o que está perdido dentro de mim. O mundo não quer saber de mim, sou apenas mais uma caminhante angustiada, entre tantos outros... os que ainda não chegaram a este ponto, um dia haverão de chegar, se antes não morrerem, enlouquecerem ou deixar-se levar... o mundo não tem compaixão, o mundo é mundo por si só, e é por isso que ele é mundo. O tempo passa, o tempo sempre passará, e quem eu já fui, não existe mais, e quem agora sou, estou procurando conhecer.


                                                      Quem um dia eu já fui.

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