Eu não sei o caminho que devo tomar, sussurrou a moça baixinho, suplicando a Deus que lhe tomasse em seus braços e que a ajudasse com o peso que trazia em suas costas. Eu não sei, eu não consigo e subitamente caiu no chão, sem forças para se levantar. Ficou horas ali deitada, na mesma posição, até que uma mão tocou-lhe os cabelos... Levante-se, minha menina... levanta que já passou da hora de se levantar. E a mão sustentou-lhe o peso, até que a moça pôs-se de pé. A mão pegou as sacolas pesadas da moça e falou: tome aqui seu destino... por mais pesado que seja, pertence à você e cabe a ti mesma, cumprir a jornada até o ponto final. Mas onde? Onde fica o ponto final? Não pode ao menos me dizer pra que lado devo seguir? Não, minha menina... porque todos os lados podem te levar ao ponto final. O importante não é a direção que deves seguir, mas sim o rumo que deves tomar diante de cada bifurcação. Desistir, não é uma opção... Mas estou tão cansada, disse a moça, não consigo me imaginar dando voltas sem saber se estou no caminho certo. Então a mão disse: siga a direção do vento, então... ou então o nascer do sol, ou o lindo poente que se cala no final de cada dia... ou ainda, siga ao encontro daquele arco-íris... ou se você admira os raios que cortam os céus, siga-os... encontre você mesma o seu caminho. Ache um passeio que lhe faça bem. Busque nessa árdua caminhada, pelo menos uma paisagem que agrade sua alma. Faça isso por você. Esqueça um pouco a direção, os porquês, os sinais... Aproveite o belo que você pode disfrutar no meio dessa estrada. Eu te asseguro que num final de dia, você vai dar de cara com o ponto final... sem mais nem menos, você vai chegar no ponto certo... Assim, com o peso de volta nas costas, a moça pôs-se a caminhar... passo, após passo, lentamente, foi se afastando daquela mão que serviu-lhe de afago, serviu-lhe de carinho, de alimento para sua alma tão carente de certezas... A moça voltou a caminhar...
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