terça-feira, 9 de maio de 2017

10 minutos e 14 segundos

10 minutos e 14 segundos... tempo de conversa suficiente para acalentar meu dia, confortar um pouquinho o meu coração e me dar a esperança que um dia, vou conseguir sentir saudades, mas sem sentir dor. Às vezes, algumas pessoas tem a capacidade de sentir e/ou pressentir que estamos precisando ouvir uma certa frase, fazer parte de uma determinada conversa, para que se abra uma nova expectativa que possa renovar nossas esperanças. Não que tenhamos que passar por cima, não que tenhamos que afogar o sentimento da dor e da perda; não... não é nada disso! Mas trata-se empiricamente, de  alguém como eu, que vivenciou a dor da perda, que sofreu, sofreu durante muito tempo, mas que depois, aos pouquinhos, foi conseguindo transmutar a dor em aprendizado, a perda, em uma saudade gostosa de se ter, sem que isso machuque e que se abram feridas em cima de feridas, reiteradamente. Um amigo de infância, pode ser considerado um irmão. Um meio-irmão, que viveu horas e horas dividindo o tempo de escola conosco. Aprendemos juntos o bê-á-bá, português, matemática, O.S.P.B;  as brincadeiras na hora do recreio, as festas juninas, os festivais de música, as aulas de teatro, as gazetas intermináveis dos primeiros tempos do ginasial. Ufa! Quantas memórias, quanto aprendizado. Quem tem amigo de infância, e o conserva na vida adulta, vai ter um irmão pra vida inteira. Esse amigo-irmão em questão, também perdeu um pedaço de sua vida, num momento difícil, final da adolescência, início precoce da vida adulta, pois quem perde um irmão ou uma irmã nessa idade, precocemente se torna um adulto! Enfim, ligações parecidas, amores fraternos, amor de irmãos, sentimentos parecidos, dores que sentimos, tão igual e tão diferente... o sentimento que temos, é bilateral, amigo... não é unilateral como você disse. Só estamos em fases diferentes, até porque você mesmo disse que tudo tem um tempo pra acontecer. Então, eu vou fazer o possível para esperar com paciência... e se não tiver, sei que tenho seu ombro, sei que posso chorar, sei que posso xingar, e sei que posso gritar... e você estará lá do meu lado. Não temos a proximidade do dia a dia, mas temos os anos da nossa juventude que dão a chancela que dignifica a nossa amizade! Além disso, você também é amigo do Waltinho, também o conheceu e sabe porque eu sofro tanto, pois sempre soube da importância que meu irmão tinha em minha vida, assim como eu também conheço a sua história. No final das contas, você se torna a soma das memórias que tenho do meu irmãozinho. Eu vou confiar nas suas experiências, mesmo cada um sendo cada um... guardei na memória nossa conversa. Mas quando alguém sabe a dor do outro, fica mais fácil o entendimento. Você, amigo, sabe o que dói e o quanto dói, porque sua perda também foi imensa! Espero um dia, chegar ao seu patamar de elevação. Eu sei que você entende como ninguém o que estou sentindo. Te agradeço, Osiris! Gratidão! Não esqueça do seu amigo de infância, o meu irmão Waltinho. 


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