terça-feira, 16 de maio de 2017

Ainda sobre o dia das Mães



Eu fiquei muito em dúvida do que iria fazer com nossa mãe no primeiro dia das mães sem você, meu irmão. Pô Waltinho, é muito estranho saber que você não está mais a um telefonema de distância de mim... Quanta saudade, meu irmão.
Queria fazer algo que pudesse não chamar muito a atenção para o dia das mães. Não queria que nossa mãe ficasse pensando mais do que já pensa em você. Não porque você não mereça, meu irmão... Nós te amamos muito! Mas é que se trata de uma data complicada pra quem já perdeu um filho.
Geralmente todos os  restaurantes ficam cheios, com fila nas portas... um saco isso! Eu sempre escolho a opção de fazer um almoço em casa, mas esse ano precisava ser diferente... então eu fiz uma reserva no hotel onde antes, era o Colégio da MABE, onde nossos pais estudaram e se conheceram. O Colégio foi vendido para uma rede de hotéis internacionais, o Vila Galé, e o restaurante do hotel é aberto para o público em geral, ou seja, não precisa estar hospedado para utilizar o restaurante. O preço é em conta e o local, muitíssimo agradável. Buffet de comida portuguesa liberado, incluindo a sobremesa, comida ótima. Mamãe gostou, eu gostei e Luiz pagou a conta! Chegamos cedo, porque a programação do dia não era apenas o almoço!  Eu precisava de algo mais para esse dia!!! Então, depois do almoço, fomos passar a tarde no Educandário Romão Duarte. Nos finais de semana, ficam as crianças tuteladas pelo Estado, então, pensei que para uma mãe que perde um filho, o melhor paliativo é estar com crianças que não tem mães ou se encontram em situação de risco... Foi uma decisão acertada! Foi bom para mim, para o Luiz, que perdeu a mãe tem 1 ano e dois dias antes de perdermos você, irmãozinho (Luiz também está triste com 2 perdas importantes em 1 ano e em cima do aniversário dele...) e foi bom para nossa mãe. Ela fez aquele bolo de limão que você sempre gostou, levamos presentinhos para as crianças, pirulitos, marshmallows, jujubas, carrinhos, bolas, diadema para as meninas, pula cordas, lápis de cor e livrinhos com figuras para colorir.  Tinham 19 crianças tuteladas, e não tem fotos, porque não podemos tirar fotos dos menores tutelados no orfanato. As imagens ficam em nossas mentes e nossos corações. Foi um dia bom. Brincamos e cantamos com as crianças. Como sempre, saí de lá doce... literalmente doce e com alguma meleca grudada no cabelo, mas não faz mal... É sempre bom trocar carinhos com as crianças! Acho que saímos de lá ganhando mais do que levamos... 
E assim foi o dia das mães, Waltinho, Victor Hugo mandou mensagem para sua mãe e ela ficou agradecida pela lembrança. Victor é um menino bom, né? Ele é um pedaço seu que ainda tenho. Depois da visita, deixei mamãe em casa. Já era o finalzinho da tarde. Preciso cuidar dela, é muito complicado passar por uma perda dessa... irreparável. Ainda não acredito, Waltinho. São 111 dias sem você, e 113 dias desde a última vez que te vi e te abracei. Quanta saudade, meu irmão. Quanta saudade... o tempo não está amenizando nada ainda... quando será que vai amenizar? Cadê o que as pessoas dizem, que o tempo vai amenizar a saudade? Estou esperando, Waltinho... mas a saudade só aumenta, às vezes chego ao desespero de querer gritar e sair correndo pela rua, e ir onde você está, pra ver e ter certeza que meu irmãozinho está bem. Muito complicado... é um sentimento que eu não sei explicar, uma dorzinha profunda mas calma, que vai doendo lá no fundinho do coração e vem subindo, crescendo... vai virando turbilhão, quase me afoga! Nunca eu pensei que fosse perder meu irmãozinho. Walter Sieczko dos Santos, meu lindo irmãozinho, que coisa, meu Deus! Só peço que você esteja sendo cuidado, que você esteja bem, e que Nossa Senhora, a Mãe de Jesus e de todos nós o tenha em seus braços, te acalentando e cuidando de você. Eu te amo, irmão!

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