segunda-feira, 3 de abril de 2017

Ressignificando histórias


Onde me escondo da dor que me tortura?
Qual o melhor caminho para que eu consiga suportar esse vazio congelante em meu peito? Qual é o remédio eficaz que possa ser um paliativo, pelo menos por uma ou duas horas do meu dia? Não sei, não sei, não sei... procuro, mas é tudo em vão. Brinco de ser pedra, quem sabe assim eu me disfarce da dor latente da perda e da saudade. Mas o tempo perdura... e não é fácil brincar de ser pedra, porque eu não consigo esquecer o que me dói na carne e na alma. Então, eu volto... e tudo recomeça a amolgar meus sentimentos. Uma conjunção de dor física e espiritual. Tudo em mim, dói. Respostas que ficaram sem perguntas. A ausência é tão concreta e pesada, ocupando o espaço que é tão seu. A vida vai perdendo um pouco da sua graça, a medida que vamos perdendo a quem se ama. O colorido vai ficando embaçado, fosco, opaco, virando cinzas de um lume apagado. Somente a esperança de um dia te encontrar, disfarça em mim o luto que me será eterno até que esse dia aconteça. No aguardo dos dias, vou vivendo, alimentando memórias e dando um novo significado às lembranças que ficaram. Vou assim "ressignificando" minhas histórias e tentando fazer o reconhecimento do que já estava escrito. Essa dor nunca vai passar... e eu vou ter que aprender a conviver com ela. 


Para meu irmão, Walter Sieczko dos Santos.




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