terça-feira, 24 de outubro de 2017

Waltinho não fugiu à luta!

Desde que meu irmãozinho me ligou para contar sobre a descoberta do câncer, tanta coisa mudou em nossas vidas. A coragem da luta, o medo da perda, os resultados dos exames, os marcadores da doença, descendo e subindo, subindo... o desespero aumentando, a angústia, as dores, os telefonemas infindáveis pra saber como ele estava, as viagens para ficar com ele o máximo de tempo, o máximo de vezes que eu pudesse, leituras científicas, conteúdo médico, muito choro, muita tristeza, um pingo de fé num dia, um mar de fé em outro, pesquisas sobre alimentação saudável, receitinhas de comidas gostosas que ele pudesse comer e sentir o prazer de comer uma comida bem feita, cheia de amor... mais lágrima, mais luta, mais exames, e o meu irmão lutando a maior batalha de sua vida. Tantos pedidos para que ele viesse ficar com a gente, meu Deus, quanta loucura, quantos desacertos! A ficha tá demorando a cair... Embora eu tenha ciência do falecimento dele - apenas porque eu descobri sem querer - e temos em mãos a certidão de óbito do meu irmão, parece mentira que ele se foi... Ainda não consigo acreditar, mesmo com a realidade dos fatos. Eu sinto muito mesmo, mas não consigo acreditar que o meu irmãozinho, meu Bebê, meu caçula, meu primeiro amigo, se foi e eu nem pude me despedir. Me custa muito acreditar que essa novela mexicana tenha se tornado minha vida. E que essa história macabra ainda vai demorar muito até ser deglutida, entendida, aceita... Serão anos e anos e mais anos de terapia, apoio psicológico para talvez eu tentar entender o que aconteceu e como aconteceu. Talvez, minha vida passe e eu continue sem entender... De concreto, eu só tenho a minha dor, a minha perda, o meu luto, a minha terapia do luto, a minha fé de que nada acontece sem a observância do Pai. Vou seguindo um passo de cada vez. Um dia atrás do outro. Uns dias bem ruins, outros bem piores... Cadê as pessoas que dizem que o tempo ameniza a dor? Porque aqui no meu peito, não tem nada amenizando, muito pelo contrário. Meu irmão foi um guerreiro, um Guibor que agora descansa acima das nuvens. Meu irmão não queria morrer, meu irmão era forte e queria muito continuar a batalha se assim fosse preciso. Mesmo cansado, desistir não era uma opção... mas optaram por ele. Meu irmão agora está livre de toda a maldade. Waltinho hoje está de volta à nossa família espiritual, que com certeza o acolhe com muito amor, carinho e respeito. Eu tenho uma saudade constante, latente e um amor infinito.
 Irmãos, a melhor coisa do mundo.
Andreia e Waltinho Sieczko
Meu Bebê, meu boneco Manequinho, meu caçula, meu primeiro amigo, minha melhor herança e a melhor parte de mim.
Para Sempre, irmãos!

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