sábado, 26 de agosto de 2017

214 dias sem o meu irmão - Walter Sieczko dos Santos - 26/agosto/17

Oi irmãozinho!!!!

Hoje completa 214 dias desde que você se foi, e 216 dias desde nosso último abraço, nossa última oração juntos, nossa última despedida neste mundo. Há 7 meses, a vida tem uma motivação bem diferente do que eu tive ao longo de 45 anos. Há 7 meses, ou 216 dias, um divisor de águas cortou minha maneira de viver e de pensar. Hoje, Waltinho, eu sou uma irmã órfã.
Uma irmã que sente falta de um pedaço da vida, um pedaço grande do coração, eu sou  a metade de um sonho de padaria. Trago comigo as lembranças do que vivemos, e a frustração de não ter você em minha vida daqui pra frente, na minha velhice, no que deveria ser a nossa velhice. Sempre imaginei que por ser a irmã mais velha, você fosse cuidar de mim, que você fosse fechar os meus olhos quando eu não mais os abrisse pra vida. Sempre me senti confortável com essa possibilidade, porque não tenho filhos... e você era quem poderia olhar por mim num momento de adeus. Meu irmãozinho, meu manequinho, meu Bebezinho, meu sangue, a continuidade dos nossos pais e de mim.
Eu não terei novas histórias, nem novas lembranças pra recordar... tudo o que vivemos, já vivemos, e hoje conto apenas com a minha memória para nos mantermos eternos nessa vida. Por isso eu escrevo. Por isso essa terapia de luto, registrar toda e qualquer lembrança de fatos, festas, atos, brigas, brincadeiras, todo cotidiano que vivenciamos durante o tempo que estivemos compartilhando os nossos dias. Saudade me define, Waltinho. A terapia ajuda, remedinho, ajuda, mas nada é suficiente na hora que a saudade aperta o coração e oprime a garganta. Sufoco meu grito. Porque assim me sinto, com muita vontade de gritar de dor e saudade, mas isso não seria considerado normal por 90% das pessoas... aliás, só entende essa dor, quem passa por ela comigo. Quem nunca amou, quem nunca perdeu alguém a quem amava de verdade, não faz idéia de como é sobreviver a isso. Perdi muitos amigos... amigos? Putz... o sofrimento mostra quem são nossos verdadeiros amigos, mas enfim, nunca é tarde pra fazer aquela limpeza que a adversidade nos ensina a fazer. Muita gente saiu da minha vida... não sou mais a mesma pessoa alegrinha que fazia galhofa até de topada em areia. Mas em compensação, descobri verdadeiros amigos em pessoas que eram apenas conhecidas, amigos que provaram ser amigos e novos amigos que Deus nos manda nessas horas difíceis. Mas mesmo assim, nem tudo isso ameniza a dor dessa saudade. Sinto sua falta, Walter Sieczko dos Santos. Não acredito que não possas me  telefonar, que eu não posso passar um whatsapp pra você... Claro que te tenho aqui, Ó (no meu coração), claro que me conecto contigo durante o sono, claro que você está vivinho da silva no meu pensamento, claro que você reza comigo todas as nossas horas do dia, claro que lembro da tua voz.... claro, claro, claaaaro que sim... Mas é que às vezes eu sinto que tudo isso ainda não é o suficiente para que a minha vida volte a ser como era antes. Fico imaginando como será possível viver ainda o que tenho pra viver com toda essa falta que você me faz.


Eu só quero que continue recebendo o meu amor, minha energia, o Reiki que emano todos os dias pra você, meu carinho, a comunhão que divido contigo nas missas, as músicas que eu canto pra você, todas as orações, todos os pensamentos positivos que coloco na cestinha de recados do Jeffrey, e ele entrega à você. Você é um bom menino, e sei que está amparado por Nossa Senhora, e que nossa família espiritual está cuidando de você. Eu tenho muita certeza disso, Waltinho. Essa certeza é o que me sustenta, tanto a mim quanto nossa mãe. Tem dias que não conseguimos respirar, mas nessas horas a gente se liga, se fala, se abraça e aí sentimos sua presença mais viva dentro de nós. Quando estamos então, Victor, nossa mãe e eu... parece que você está então sendo abraçado e dentro de nós (literalmente). E assim, juntos, vamos levando a vida.

Amamos você! E nem 7 meses, nem mesmo 7.000 anos pode mudar esse sentimento.

Recebe nosso abraço: Andreia, mamãe Nina e Victor.


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