segunda-feira, 28 de agosto de 2017

http://vamosfalarsobreoluto.com.br/2017/05/18/na-india-encontro-inesperado-inspira-reflexoes-sobre-o-luto/

Vamos Falar sobre o Luto?

Texto retirado da Internet:

http://vamosfalarsobreoluto.com.br/2017/05/18/na-india-encontro-inesperado-inspira-reflexoes-sobre-o-luto/

“Dependendo da dimensão do tremor, tudo desaba. Isso independe de você estar preparado ou não para a perda. Estar preparado é muito relativo. Então, às vezes, você está esperando um ente querido ir embora e quando ele vai, provoca um impacto tão profundo dentro de você que você não sabe como lidar. O chão desaparece. Tem pessoas que são como um chão para você. Tem pessoas que são como uma casa para você; te dão segurança, você se sente protegido pelo fato daquela pessoa estar viva e quando ela vai, você experimenta uma fragilidade, uma vulnerabilidade que até então não conhecia”, disse ele.

Prem Baba complementa dizendo que mesmo quando a morte é esperada, ninguém sabe como é viver sem a pessoa. Tudo é novidade. E quando acontece na forma de acidente, a tragédia e o impacto são ainda maiores. Ele destaca ainda que a desordem criada no corpo emocional gera consequências que não conseguimos nem dimensionar. “Às vezes desregula seu sistema nervoso, sistema endócrino e abala órgãos específicos. Baixa sua imunidade tremendamente e você fica vulnerável a vírus, bactérias e parasitas que talvez tenham se instalado no momento que você se fragilizou. Você precisa de um médico que te olhe mais profundamente (…) quando você recebe o suporte adequado e tem a chance de aliviar o sofrimento físico, você se abre pra cuidar da desordem mental ”, sugere.

Em determinado momento, Prem Baba leu  o relato inquieto de um homem que, após perder o pai, tio e primo ao mesmo tempo, começou a ter dores nas costas e problemas digestivos. Se sentia exausto e sem energia no trabalho. “A perda de um ente querido provoca impactos de dimensões muitas vezes incalculáveis. Difícil mensurar o que a perda provocou no sistema. Quanto maior o vínculo afetivo, maior o impacto. Muitas vezes abrem-se fendas no corpo emocional e isso consequentemente desestrutura os esquemas do corpo mental. A pessoa entra em desordem psico-emocional que obviamente afeta o corpo energético, que por sua vez pode afetar o físico. Dependendo da área do corpo emocional que a fenda foi aberta”, pondera.

O guru-psicólogo destaca que quando não elaboramos bem uma perda, os sentimentos suprimidos podem causar imenso desequilíbrio. Mas ele dá um caminho. A porta de entrada para o inconsciente pode ser o corpo: “Existem perdas que dão mais trabalho para elaborar. É bem provável que você tenha que lidar com sentimentos suprimidos. Na hora do impacto você empurra os sentimentos para o porão do inconsciente e tranca. E isso é que acaba sustentando, de certa forma, os sintomas. Um outro caminho para a cura é ir direto nesses núcleos. Às vezes precisamos provocar essa descida nos porões dos sentimentos negados. E quando eles estão bem trancados é preciso de um esforço extra para quebrar o cadeado. Utilizamos técnicas de respiração, às vezes algumas práticas corporais ajudam a soltar.”

Por experiência própria, para elaborar perdas é preciso coragem. E tempo. Não tenha pressa. É preciso deixar a rotina retomar seu fluxo e as emoções decantarem. Pode levar meses ou anos. A meditação budista, por exemplo, tem me ajudado muito. É uma jornada diária de auto-conhecimento rumo à consciência plena. Para quem quiser se aventurar pelo universo da meditação recomendo o livro “10% mais feliz: como aprendi a silenciar a mente, reduzi o estresse e encontrei o caminho da felicidade”, de Dan Harris.

A nossa tendência é fugir do incômodo, não falar sobre ele, nem pensar nele, fingir que está tudo bem. Mas quando aprendemos a observar as artimanhas da mente, podemos aprender até com o sofrimento e, assim, seguir em frente mais fortes, mais otimistas e mais conscientes da  impermanência das coisas.



Julia Ribeiro tem 35 anos, é jornalista, carioca, filha da Sueli e desde o início de 2016 está viajando o mundo com seu marido

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