quarta-feira, 2 de agosto de 2017

A mãe que perdeu um filho - Diário da Mãe Órfã - Grupo de Apoio

Texto retirado da Internet:

https://www.facebook.com/Di%C3%A1rio-de-M%C3%83E-ORF%C3%83-685259894856954/?hc_ref=ARSHKBnUww5v89DN7TVoRaf0ed-pYHTuXfDhPHzSV2GUrFMtUH--N0nligU6t2Mhaz0&fref=nf&pnref=story




A mãe que perdeu um filho.

Não há ninguém mais triste do que a mãe que perdeu o filho. 

Tens dificuldade para acordar de manhã? Lembra-te da mãe que perdeu o filho – e levanta. 

Tua conta está no vermelho, tuas dívidas se acumulam, teu negócio não prospera? Pensa por um minuto na mãe que NÃO (GRIFO NOSSO) viu o corpo do filho sem vida; consola-te para todo o sempre. 

Acordaste de ressaca? Toma um comprimido, meio litro d’água, um banho bem quente – e toca o barco, rapaz! 

Estás resfriada, moça? Para isso, há vitamina C e cama. 

Para a mãe que perdeu o filho não há nada. 

Tens medo de perder o emprego, amigo? Não te esqueças do pior medo que um dia se confirmou neste mundo.

As canções mais tristes de Schumann, os retratos mais sombrios de Goya, os poemas mais áridos de Eliot não chegam nem perto do olhar vazio da mãe que acabou de perder um filho. 

As árvores de Beckett não têm folhas nem frutos. No entanto, são mais felizes do que a mãe que perdeu o filho.

É para ti que escrevo, ó mãe que perdeu o filho. 

Quando me lembro do que aconteceu, imagino por um instante que Deus criou o mundo vitimado pela tristeza. 
Ele também perderia o Filho.
E esse Filho teria Mãe.

Aconteceu há 50 anos? Há dez anos? Há um ano? Há uma semana? Há um dia? 

Não importa: os filhos mortos têm a estranha capacidade de continuar vivos, ao lado de suas mães, para a eternidade. 

Eles são a verdadeira razão da existência das sombras. Quando olhares para tua própria sombra, leitor, lembra-te das mães acompanhadas por quem do ventre delas nunca saiu. 

Os oceanos da Terra, e as águas ainda por ser descobertas em outros planetas, mesmo que somadas, não seriam suficientes para limpar a nódoa de um só minuto da mãe sem o filho.

E, no entanto, contra toda as marés, elas vivem. Elas sobrevivem. Às vezes, são até capazes de sorrisos e pequenas alegrias. Algumas chegam a gerar outros filhos para povoar o desértico vale da vida. 

Nenhuma glória humana – nem a roda, nem a América, nem a penicilina, nem o computador, nem a bomba atômica, nem a viagem à Lua – pode chegar aos pés do milagre da mãe que perdeu o filho, e continuou vivendo.

SÓ NÓS MÃES SABEMOS A DOR QUE CARREGAMOS DENTRO DO PEITO , E QUALQUER OUTRA DOR NÃO SE IGUALA A ESTA QUE MORA EM NÓS.


Para minha mãe, Nina Sieczko e meu irmãozinho querido e amado, para todo o sempre, Walter Sieczko dos Santos.

Amo vocês!

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