terça-feira, 13 de junho de 2017

Não tem um dia que eu não pense em você, irmãozinho.

Meu irmãozinho!
Não tem um dia que eu não pense em você. Não há como acordar e passar um dia inteirinho, sem que lembranças me venham à mente. Sem que eu reze a Papai do Céu, pedindo em orações do fundo do meu peito, que você esteja bem, amparado, acolhido, cuidado, acarinhado, protegido e amado por nossa família espiritual, nossos amigos e anjos protetores.
Não consigo reter as lágrimas que transbordam. Elas simplesmente transbordam e eu não tento mais pará-las durante os meus afazeres. Elas transbordam e escorrem, molhando meu peito e lavando minha alma. Não pense que estou atrasando sua caminhada espiritual, meu irmão. Só sinto saudades, só isso(...). Sinto saudades como todas às vezes que ia te visitar e chorava feito criança boba na hora da despedida. Igual, igual... uhuuuuuuu!!!! uhuuuuuuu... Só não faço barulho porque geralmente estou em horário de trabalho, e então as águas fluem silenciosamente, como uma nascente de saudade. Os colegas já sabem, e não me incomodam perguntando o porquê. Todos já sabem, te conhecem, me conhecem, e enquanto houver água a transbordar, tenho o direito de abrir o "ladrão". Não devo lutar contra o que é mais forte que eu;  é preciso passar por essa fase, então eu transformo a minha dor em memórias, suscitando o sentido dessa perda, pra tentar deglutir a minha vulnerabilidade diante da dor da morte. A dor da perda é individual, meu irmão. Cada um sente de uma forma, não há mais ou menos,  certo ou errado. Eu falo por mim, e em mim, dói... Dói muito vivenciar a sua ausência, que só faz crescer a cada dia.
Eu fico tentando buscar sentido nessa perda, mas só encontro uma saudade ímpar, que me acompanha e que não tem momento certo para acabar. Vou tentando reequilibrar internamente minhas emoções e todas as lembranças eu concretizo em palavras. É um ritual, Waltinho, sempre lembrar das nossas histórias, nossa infância, a fim de eternizá-las de uma forma bonita, reconstruindo histórias, e marcando seu nome em minha vida, marcando a importância de um amor fraterno, amor de sangue, amor de almas, que acredito, é inquestionável e nem mesmo a consciência da morte, é capaz de separar. Nós, para sempre irmãos.
                                          Andréia Sieczko  &  Walter Sieczko dos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui sua mensagem