segunda-feira, 5 de junho de 2017

Waltinho, o balão e a Fonte da Saudade - Itaipuaçu junho/2017


Meu irmãozinho, muita saudade. Muitas coisas que eu faço, me remetem à você. Esse fim de semana, fui para Itaipuaçu ajudar nossa mãe a limpar o quintal. Podamos árvores, capinamos, plantamos bromélias, ajeitamos as orquídeas, desfizemos e refizemos a gruta onde acendemos as velas e fazemos orações pra você. Sempre que eu estou molhando as plantas no finalzinho da tarde, eu fico rezando e mandando as melhores energias pra você. Converso contigo, canto pra você. Canto o hino dos paraquedistas, canto a oração de São Francisco, Prece de Cáritas, converso com o Jeffrey King, pra ele levar minhas orações até você. Peço que Jeffrey converse com seu Anjo da Guarda, e que você possa receber meu abraço e todo meu amor. Acendo incensos pelo jardim, pés na terra, uma sintonia tão boa. Uma pena que eu estivesse trabalhando no dia que você passou a tarde toda em Itaipuaçu. Você neste mesmo lugar, rezou com sua mãe, e acendeu velas com ela, para seu Anjo da Guarda. Então, de alguma forma, eu te sinto aqui. Conectada com a natureza, sentindo o sol na pele, tão quentinho, que sinto esse calorzinho como um abraço.  
Essa fonte começou a ser construída um pouquinho antes de descobrirmos a doença. O que era pra ser um desejo realizado (ter a fonte), se tornou uma referência da sua batalha, um ícone da sua partida. Esta fonte, agora simboliza saudade!

Estar aqui, hoje em dia me faz bem. Eu não tinha paciência para Itaipuaçu agora, eu gosto, sinto paz. Mexer na terra, ver as plantas crescerem... suas plantas estão aqui, irmão, crescendo a cada dia. Espadas de São Jorge, lanças de São Jorge, e também as miniaturinhas destas. Plantas de luta, de guerreiro, assim como você foi  e continua sendo, Waltinho. Parte de ti, soma de nós 3. Nossa casa, casa de família.
Eu te amo, meu irmão. Te amo muito e sei que meu amor e meu carinho são capazes de chegar onde você está. Ontem na hora que eu estava rezando pra você, olhando para o céu... um pouquinho antes da hora sagrada, que também foi a hora da tua partida, o céu ainda estava azul... começando a escurecer, mas ainda estava azul... eu avistei um pequeno balão... desses de festa junina. Lembra que no ano retrasado, você tinha pedido para eu achar e comprar um balãozinho desses aqui pelo Saara?  Você estava saudoso, acho que queria soltar um balão, como sempre fazíamos quando crianças... e quando não tinha balãozinho já pronto de papel fino, nossa mãe ou o tio Fausto fazia um em casa,  com bucha de papel higiênico e cera  / parafina de vela, lembra disso? Lembro que você queria soltar um balãozinho com seu filho. Teria sido uma belíssima lembrança. Mas eu te avisei que não tinha mais balões sendo vendidos aqui no Rio. E acho que é proibido em todo o país; eu não consegui comprar o balão pra você, Waltinho. Lembra que quando pequenos, fazíamos " Maria Caxuxa " ????? Tivemos bons momentos de infância, nossos tios, tia Armida, tia Lamia e nossa mãe se esforçavam para que tivéssemos diversão e alegria. Maria Caxuxa era feita unindo as pontas de uma folha de jornal, lembra? Depois acendíamos as pontas da maria caxuxa, o ar quente fazia o módico balãozinho subir... Tempo suficiente para nos fazer sorrir, pular, cantar cai cai balão e logo logo a Maria Caxuxa se incendiar e cair apenas as cinzas do jornal ao chão. Não subia mais que 5 metros... mas era alegria na certa! Então, Walter Sieczko dos Santos, fiquei ali, sentada no banco, olhar longe, que ia subindo junto com o pequeno balão... via a bucha ainda vermelhinha, e o balão subindo... e levando com ele a saudade, e todo meu amor pra você, irmão.  Esteja com Deus, que Nossa Senhora te cuide e te guarde, com todo o amor e carinho que você merece!

Você é muito amado, e jamais esquecido!

Sua irmã, Andréia

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