quinta-feira, 8 de junho de 2017

Somos frutos da nossa inventividade?

A impressão que cada pessoa tem de si mesma, pode ser considerada uma imagem real ou uma projeção fantasiosa do seu próprio ego?

Tem gente má, que se considera uma pessoa boa. Tem rico que chora miséria, tem pobre que se acha rico. Tem branco que se apresenta como negro, tem negro, que se denomina branco, tem mentiroso que se julga verdadeiro, tem gente magra que se considera gorda, tem gente gorda, que se vê magra. A auto imagem que cada um tem de si, é real ou não? 

Somos frutos da nossa inventividade? 

O que vemos no espelho é a concepção correta do que somos, ou somos aquilo que queremos ver de nós mesmos, mas que muitas vezes, está muito aquém da existência tangível do que realmente somos?

A vida tem uma subjetividade desproporcional ao que deveria ser, e do que é. A vida é um grande teatro, um palco onde desenvolvemos nossos personagens de acordo com a conveniência diáfana do dia a dia? A vida, o ser, o ego, os sentimentos, as histórias, todas essas questões sempre tem dois lados. Para cada assunto, cada tema da vida, encontramos no mínimo uma bipolaridade tão contraditória quanto o negativo e o positivo, entre o doce e o amargo. Para cada fato contado,  a mesma narrativa possui maneiras diferentes de interpretação. O texto se diversifica em contextos. O prisma muda de figura dependendo do lado que lhe parece mais conveniente.O ângulo de visão se torna difuso, e o assunto em si excede e é tratado de forma a posicionar o espetáculo mais bonito para quem o discursa.

Assim como uma moeda, cada história tem 2 lados - "no mínimo". Ah... não temos como precisar a capacidade intelectual de uma mente fértil...

Quanto mais inteligente o interlocutor for, mais difícil será a dialética... e dependendo da platéia, as idéias da exposição podem confundir os incautos telespectadores. Neste momento, os ouvintes da paródia se confundem com a burlesca explanação: quem está certo? quem está mentindo? qual das partes está errada? Quem está com a razão? O quê, dessa história toda vem a ser a verdade? 

A verdade real e absoluta? E quem sóis vós, ouvintes e testemunhas do fato em questão? A platéia então, vira juiz a julgar o ato? E esse julgamento é o correto, justo? Ou cada um arrasta pra si o entendimento que mais o emocionou, trazendo o "peixe pro seu lado" ? 

Mas me respondam: quem julga o julgador? Como comparar e medir o grau de convencimento, deixando de fora a persuasão, as chantagens emocionais, os ataques emotivos que iludem e ludibriam a cena dessa retórica?

Uma pessoa pode se sentir a melhor pessoa do mundo... mas, será que ela o é?

Uma pessoa pode sentir que fez o melhor que pode, que deu o melhor de si para ajudar o próximo. Mas será que esse "melhor"  foi unânime entre todos os envolvidos? 

Será que o "melhor" para um,  foi "melhor" para o outro?

Cenários da vida real... personagens, platéia, juízes, arremedos de uma triste história, sem um final feliz.

Destarte, deixo ao Senhor do Universo, a função de julgar minha vida, meus atos. Somente quem detém o poder de julgar, é Aquele que conhece os labirintos do coração humano.

Quem  errou, quem acertou... nesta vida não importa. Mas chegará o dia em que todos seremos julgados, sem platéia, sem falsidades, num tablado translúcido, transparente... onde as mentiras e crueldades sejam incapazes de se esconder atrás das artimanhas ardis da astúcia, sem os subterfúgios utilizados no decorrer da nossa experiência terrena. 

by, ANDREIA SIECZKO

www.andreiasieczko.blogspot.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui sua mensagem